Em Portugal

Aleitamento materno

Atualizado: 
12/05/2014 - 16:22
A amamentação é uma prática milenar com reconhecidas vantagens nutricionais, imunológicas, cognitivas, económicas e sociais. Estas vantagens são potenciadas quando a amamentação é praticada exclusivamente até aos seis meses de vida e complementada até aos dois anos.
Aleitamento materno

Em Portugal não existem estatísticas sobre a incidência e a prevalência do aleitamento materno. Os estudos efectuados no nosso país sugerem que a evolução do aleitamento materno se processou de maneira semelhante à de outros países europeus.

A industrialização, a II Grande Guerra Mundial, a massificação do trabalho feminino, os movimentos feministas, a perda da família alargada, a indiferença ou ignorância dos profissionais de saúde e a publicidade agressiva das indústrias produtoras de substitutos do leite materno tiveram como consequência uma baixa da incidência e da prevalência do aleitamento materno. Foram as mulheres com maior escolaridade que mais precocemente deixaram de amamentar os seus filhos, sendo rapidamente imitadas pelas mulheres com menor escolaridade.

Este fenómeno alastrou aos países em desenvolvimento com consequências gravíssimas, em termos de aumento da mortalidade infantil. A partir dos anos 70 verificou-se um retorno gradual à prática do aleitamento materno, sobretudo nas mulheres mais informadas.

Alguns estudos portugueses apontam para uma alta incidência do aleitamento materno, significando que mais de 90% das mães portuguesas iniciam o aleitamento materno, no entanto, esses mesmos estudos mostram que quase metade das mães desiste de dar de mamar durante o primeiro mês de vida do bebé, sugerindo que a maior parte das mães não conseguem cumprir o seu projecto de dar de mamar, desistindo muito precocemente da amamentação.

Por todas estas razões é essencial, que em Portugal se continuem a implementar medidas que promovam um maior sucesso do aleitamento materno.

A verdade é que a promoção do aleitamento materno, para que venha a ser entendido como norma, depende da implementação de políticas nacionais e de recomendações a todos os níveis dos serviços de saúde. Um apoio eficaz, requer empenho na aplicação de boas práticas em todas as maternidades, instituições hospitalares pediátricas e centros de saúde, pelo que o profissional de saúde deve possuir conhecimentos sobre amamentação para poder promover e assegurar o aleitamento materno.

Em Portugal foi formada em 2003 a Associação SOS Amamentação, sem fins lucrativos, com o objectivo de promover o aleitamento materno através de apoio às mães lactantes, de acções de formação, informação, divulgação e educação dirigidas a grávidas, mães e profissionais de saúde. Para isso existe uma linha de atendimento que esclarece as dúvidas e responde às questões, porque acreditam que o aleitamento materno é o melhor começo que se pode dar a um bebé e é a sequência natural da gravidez e do parto.

O atendimento telefónico é feito por voluntários, que tiveram formação em Aconselhamento em Aleitamento Materno, segundo as orientações da Organização Mundial de Saúde e da UNICEF.
Fonte: 
SOS Amamentação
Manual de Aleitamento Materno UNICEF
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Foto: 
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