15% dos estudantes do ensino superior da região centro têm estilos de vida inadequados para a saúde
De acordo com os resultados do trabalho de investigação do professor Armando Manuel Marques Silva, com base numa consulta feita a 4314 estudantes do ensino superior (faixa etária 18-25 anos) a frequentarem licenciatura ou mestrado integrado, durante ano letivo de 2012-2013, em 12 instituições do ensino superior (oito públicas e quatro privadas, dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Leiria e Viseu), há “uma prevalência de um estilo de vida inadequado para a saúde em 14,6% dos estudantes”.
Segundo revela o professor a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), “os domínios mais deficitários do estilo de vida” dos jovens que constituíram a amostra situaram-se ao nível da reduzida “atividade física e [de] associativismo”, do “trabalho”, do “tipo de personalidade” e da “nutrição”.
No indicador atividade física, em resposta ao item “ando no mínimo 30 minutos diariamente”, 18,2% dos estudantes revelaram que “quase nunca” caminham, sendo que 8,4% não realizam qualquer “atividade física (andar, subir escadas, tarefas domésticas, fazer jardinagem) ou desporto”.
Relativamente à vida associativa, 65,4% “quase nunca” participam ativamente como “membro de um grupo comunitário e/ou de autoajuda (doentes crónicos, voluntários, religião, desporto…)”.
Quanto ao trabalho, 33,5 % disse sentir que “frequentemente” anda “acelerado e/ou atarefado” e 8,6% dos inquiridos mostrou que “quase nunca” se sente feliz com o trabalho e as atividades que desenvolve – neste parâmetro só 49,3% se sentiu feliz “às vezes”.
A nutrição dos estudantes do ensino superior na região Centro é outra preocupação: 31,3% “quase nunca” come “duas porções de verduras e três de frutas diariamente” e 14,5% revela ingerir “frequentemente” alimentos hipercalóricos (doces e/ou salgados) ou fast-food.
O trabalho de doutoramento de Armando Manuel Marques Silva, intitulado “Estilos de Vida em Estudantes do Ensino Superior”, foi desenvolvido por três etapas, ao longo de cerca de quatro anos. Além da caracterização dos estilos de vida (segunda etapa), foi previamente feita a tradução, adaptação e validação (da versão chilena) de um instrumento de colheita de dados – o questionário “Estilo de Vida FANTÁSTICO” (originário do Canadá) – numa amostra de 707 estudantes do ensino superior (primeira etapa) e foi aplicado um questionário online com questões fechadas e abertas a uma subamostra de 189 estudantes da segunda etapa, averiguando da utilidade do instrumento como estratégia de automonitorização (terceira etapa).
O professor da ESEnfC prestou provas de doutoramento em Enfermagem, tendo obtido a classificação de Magna Cum Laude (com grandes honras, o correspondente a um nível académico não inferior a 18 valores) por unanimidade, ao defender, no dia 29 de dezembro, na Universidade Católica - Porto, a tese “Estilos de Vida em Estudantes do Ensino Superior”.