1 em cada 3 doentes internados recebe um antibiótico
Desde a descoberta da penicilina, por Fleming em 1928, que estamos protegidos contra determinadas bactérias e desde essa era que se tem vindo a descobrir novos antibióticos que combatem bactérias mais nocivas, permitindo baixar a taxa de mortalidade por estas infecções. Porém, 90 anos depois deparamo-nos com a possibilidade de um futuro sem medicamentos eficazes no tratamento de infeções bacterianas.
As infecções causadas por bactérias resistentes a antibióticos têm vindo a aumentar exponencialmente na Europa, ocupando Portugal, já um interessante quarto lugar na lista que mede o impacto destas infecções no que diz respeito à mortalidade e incapacidades provocadas nos doentes.
Sabe-se que 1 em cada 3 doentes internados recebe um antibiótico, razão pela qual a maioria das infecções associadas a estas bactérias resistentes são infecções hospitalares.
A Direcção Geral de Saúde perante este problema criou a PPCIRA (Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e de Resistência aos Antimicrobianos), que são grupos de trabalho hospitalares que orientam a prescrição e duração de tratamentos por antimicrobianos no Hospital. 40% dos hospitais portugueses já têm Programas de Apoio à Prescrição Antibiótica (PAPA), o que ajuda e muito, nós médicos a evitar a utilização intensiva e abusiva destes medicamentos, e a rever cuidadosamente a prescrição, dosagem e duração do tratamento dos antibióticos.
Individualmente cada cidadão deve ter consciência que tomando algumas atitudes vai auxiliar a sua comunidade, tais como:
- apenas tomar antibiótico se necessário;
- não tomar antibióticos para tratar infecções virais como constipações ou gripes;
- tomar o antibiótico exatamente como o médico lhe recomendou fazer;
- não tomar antibióticos receitados por qualquer pessoa, mesmo que seja um familiar ou amigo. O antibiótico pode não ser apropriado para essa doença.
Por um futuro melhor #KeepAntibioticsWorking.