Webinar discute sobre alterações de peso e microbiota
Pierre Déchelotte conseguiu demonstrar, através de estudos, que as alterações na composição da microbiota intestinal e os sinais que esta envia ao cérebro podem contribuir para distúrbios alimentares e alterações de peso. Um dos microrganismos identificados no intestino foi a bactéria Hafnia alvei HA4597®, que, segundo o investigador, “é capaz de influenciar os mecanismos de controle do apetite, da redução de peso e massa gorda, redução na ingestão de alimentos e tem efeitos positivos nos níveis de açúcar no sangue e na resistência à insulina”.
A Hafnia alvei HA4597® pode ser encontrada naturalmente na microbiota intestinal, assim como em alguns produtos lácteos, ou em suplementos probióticos. Uma microbiota intestinal desequilibrada (disbiose) tem menos enterobactérias desta estirpe e torna-se incapaz de regular o apetite, a saciedade e o armazenamento de energia. A toma de determinados probióticos com a enterobactéria Hafnia alvei HA4597® pode ajudar a corrigir a disbiose, um gatilho para outras doenças, para além da obesidade, como diabetes, doenças cardiovasculares, musculoesqueléticas, doenças neurodegenerativas e alguns tipos de cancro.
A SPNCM defende uma nutrição mais individualizada
De acordo com o investigador, a Hafnia alvei HA4597® produz a proteína ClpB, que atua no apetite, uma vez que tem a capacidade de comunicar com os neurónios responsáveis pela sensação de saciedade, ao nível do hipotálamo. “Temos muita evidência pré-clínica e clínica que apoia o papel único e promissor da Hafnia alvei como um probiótico de nova geração na regulação da saciedade e no controlo de peso, quer em pessoas com excesso de peso, quer em obesos”, refere Pierre Déchelotte.
A investigação biomédica está cada vez mais focada na microbiota e nos fatores que podem levar ao desequilíbrio do vasto ecossistema intestinal, como os estilos de vida, a atividade física ou a dieta. Pelo que, os probióticos (bactérias vivas benéficas) têm sido amplamente estudados como uma forma de modular a microbiota intestinal e melhorar a saúde metabólica. Daí o interesse em aprofundar conhecimentos que transcendem a nutrição clínica no tratamento do excesso de peso e da obesidade, como explica Júlio César Rocha, presidente da SPNCM.
“A nutrição clínica do presente e do futuro deve ser exercida por profissionais com elevado sentido crítico, alimentado por conhecimento sustentado do metabolismo, com a contribuição e interação de profissionais de saúde e investigadores nas diversas áreas de interesse e atuação em nutrição clínica e metabolismo, ao longo de todo o ciclo de vida de um indivíduo”, refere.
O responsável justifica que a nutrição clínica sem o conhecimento do metabolismo é mais pobre e desequilibrada. “As particularidades metabólicas de cada pessoa, onde se inclui a microbiota intestinal, fazem dela um ser único, podendo, por isso, o mesmo ambiente nutricional estar associado a respostas completamente distintas”, afirma Júlio César Rocha, acrescentando que é preciso apostar numa nutrição cada vez mais personalizada para alcançar maior eficácia.
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