Vacinas atuais oferecem menos proteção contra a variante Ómicron, concluem reguladores internacionais
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Analisando dados sobre o impacto do Ómicron, os participantes concluíram que as vacinas atuais oferecem menos proteção contra infeções e doenças leves causadas por esta variante. No entanto, a vacinação continua a oferecer uma proteção considerável contra a hospitalização e o COVID-19 grave com a Ómicron, especialmente após uma dose de reforço. Torna-se cada vez mais claro que é necessária uma dose de reforço para alargar a proteção das vacinas.
Ao analisarem possíveis abordagens de vacinação contra a Ómicron e outras variantes do vírus, os participantes da reunião concordaram que a administração de várias doses de reforço a curto prazo não é uma abordagem sustentável a longo prazo. É necessário desenvolver uma estratégia a longo prazo sobre os tipos de vacinas necessárias para gerir a Covid-19 no futuro. Trata-se de uma discussão global em curso, que se situa na encruzilhada da ciência, das políticas públicas e da saúde pública e que exigirá coordenação entre os decisores da saúde pública a todos os níveis.
No que diz respeito às composições atualizadas das vacinas, os reguladores globais incentivam a comunidade científica internacional e os desenvolvedores de vacinas a analisarem abordagens alternativas às vacinas monovalentes. Na opinião dos reguladores, as empresas devem também explorar a viabilidade do desenvolvimento de vacinas bivalentes ou multivalentes para determinar se oferecem vantagens às vacinas monovalentes.
Os participantes do encontro sublinharam ainda que devem ser realizados estudos clínicos para apoiar o uso de uma nova vacina. Estes estudos devem ser concebidos para demonstrar que a resposta imunitária, medida como anticorpos neutralizantes, gerada pela vacina atualizada, é superior à conseguida com as vacinas atuais. A capacidade das vacinas atualizadas de neutralizar outras variantes de preocupação seria uma característica adicional no que respeita à amplitude da proteção fornecida pela vacina atualizada.
O encontro baseou-se no conhecimento e experiência adquiridos de workshops anteriores sobre o desenvolvimento de vacinas Covid-19 e variantes de vírus realizadas em 2021, onde os reguladores internacionais sublinharam a necessidade de alinhamento regulamentar para acelerar e dinamizar o desenvolvimento global e a autorização de novas ou modificadas vacinas Covid-19 contra variantes emergentes do coronavírus. Reuniu delegados que representam 24 membros e 13 membros associados, bem como a Organização Mundial de Saúde.
A reunião foi copresidida pela EMA e pela Food and Drug Administration dos EUA.