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Vacinas atuais oferecem menos proteção contra a variante Ómicron, concluem reguladores internacionais

Os reguladores internacionais publicaram hoje um relatório que destaca as suas discussões sobre a eficácia das vacinas atuais contra a variante covid-19 Ómicron, requisitos regulamentares para uma vacina variante e considerações sobre o desenho do estudo clínico. O workshop sobre a resposta global à variante covid-19 Ómicron foi organizado pela Coligação Internacional de Autoridades Reguladoras de Medicamentos (ICMRA) e teve lugar em 12 de janeiro de 2022.

Analisando dados sobre o impacto do Ómicron, os participantes concluíram que as vacinas atuais oferecem menos proteção contra infeções e doenças leves causadas por esta variante. No entanto, a vacinação continua a oferecer uma proteção considerável contra a hospitalização e o COVID-19 grave com a Ómicron, especialmente após uma dose de reforço. Torna-se cada vez mais claro que é necessária uma dose de reforço para alargar a proteção das vacinas.

Ao analisarem possíveis abordagens de vacinação contra a Ómicron e outras variantes do vírus, os participantes da reunião concordaram que a administração de várias doses de reforço a curto prazo não é uma abordagem sustentável a longo prazo. É necessário desenvolver uma estratégia a longo prazo sobre os tipos de vacinas necessárias para gerir a Covid-19 no futuro. Trata-se de uma discussão global em curso, que se situa na encruzilhada da ciência, das políticas públicas e da saúde pública e que exigirá coordenação entre os decisores da saúde pública a todos os níveis.

No que diz respeito às composições atualizadas das vacinas, os reguladores globais incentivam a comunidade científica internacional e os desenvolvedores de vacinas a analisarem abordagens alternativas às vacinas monovalentes. Na opinião dos reguladores, as empresas devem também explorar a viabilidade do desenvolvimento de vacinas bivalentes ou multivalentes para determinar se oferecem vantagens às vacinas monovalentes.

Os participantes do encontro sublinharam ainda que devem ser realizados estudos clínicos para apoiar o uso de uma nova vacina. Estes estudos devem ser concebidos para demonstrar que a resposta imunitária, medida como anticorpos neutralizantes, gerada pela vacina atualizada, é superior à conseguida com as vacinas atuais. A capacidade das vacinas atualizadas de neutralizar outras variantes de preocupação seria uma característica adicional no que respeita à amplitude da proteção fornecida pela vacina atualizada.

O encontro baseou-se no conhecimento e experiência adquiridos de workshops anteriores sobre o desenvolvimento de vacinas Covid-19 e variantes de vírus realizadas em 2021, onde os reguladores internacionais sublinharam a necessidade de alinhamento regulamentar para acelerar e dinamizar o desenvolvimento global e a autorização de novas ou modificadas vacinas Covid-19 contra variantes emergentes do coronavírus. Reuniu delegados que representam 24 membros e 13 membros associados, bem como a Organização Mundial de Saúde.

A reunião foi copresidida pela EMA e pela Food and Drug Administration dos EUA.

Fonte: 
Agência Europeia de Medicamentos (EMA)
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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