Utentes de diálise de Vila Real em risco de serem forçados a mudar de clínica
“Estamos a acompanhar este caso com grande consternação. Por mais de duas décadas, a TECSAM deu resposta aos doentes insuficientes renais crónicos de Vila Real, proporcionando-lhes cuidados de saúde indispensáveis para sobreviverem, uma vez que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não dispunha de meios para o fazer”, explica Rui Filipe, nefrologista e vice-presidente da ANADIAL.
Em Portugal, os Centros de Diálise privados são responsáveis por cerca de 93% dos tratamentos de hemodiálise realizados às pessoas com doença renal crónica submetidas a esta terapêutica de substituição.
“Ao longo dos últimos 40 anos, têm sido os prestadores privados que verdadeiramente asseguram a hemodiálise, absolutamente vital para a sobrevivência destes cidadãos, participando assim na missão do SNS e fazendo-o de forma eficaz, com um custo controlado e com qualidade largamente reconhecida como das melhores ao nível mundial”, reforça Serafim Guimarães, nefrologista e membro da Direção da ANADIAL.
Nos últimos anos, o setor da diálise debate-se com a inexistência de diálogo por parte do Ministério da Saúde, desconhecendo-se totalmente qual seja a estratégia do Governo nesta área da saúde.
“Consideramos preocupante o Ministério da Saúde não estar disponível para dialogar com as empresas que asseguram o tratamento da maioria dos insuficientes renais crónicos no nosso país. A situação que a TECSAM de Vila Real está a viver é um exemplo vivo das dificuldades que o sector tem vindo a sofrer, para as quais temos tentado alertar o Ministério e que carecem de medidas de revisão prementes”, conclui Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.
Atualmente, o setor privado de diálise emprega cerca de 5.500 trabalhadores e é responsável pelo tratamento de 11.974 doentes, em 101 unidades de diálise espalhadas pelo país.