Investigadora recebe bolsa no valor de 20 mil euros

Trabalho do i3S sobre microbioma distinguido pela Sociedade Europeia de Microbiologia

A investigadora Maria João Azevedo, que está a desenvolver parte do seu trabalho de doutoramento no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi recentemente distinguida com uma bolsa da Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ESCMID), no valor de 20 mil euros. O valor será aplicado num estudo pioneiro sobre interações entre bactérias e fungos existentes entre mães e filhos.

Intitulado “Maternal mycobiome dysbiosis and its Influence on the mycobiome of the child», o projeto agora premiado foca-se no estudo do micobioma humano, ou seja, a componente fúngica dos ecossistemas do corpo humano. Mais concretamente, o objetivo do trabalho passa por caracterizar o micobioma oral e intestinal da mulher grávida, avaliar o perfil de transmissão entre mãe e filho até aos seis meses de vida e perceber o impacto da obesidade, diabetes gestacional e hipertensão arterial materna neste processo.

“O nosso objetivo é aumentar a literacia sobre o micobioma humano e, consequentemente, fornecer recursos para diagnosticar e identificar o risco de doença desde a infância. Os resultados deste projeto permitirão identificar potenciais alvos fúngicos associados a doenças cardiometabólicas, que poderão posteriormente ser manipulados precoce e preventivamente”, projeta Maria João Azevedo.

De acordo com a investigadora, o projeto “será pioneiro na avaliação da transmissibilidade do micobioma oral e intestinal entre pares mãe-filho numa população portuguesa, assim como na sua associação a doenças cardiovasculares e metabólicas maternas”. Por outro lado, “trata-se de um tema muito pouco estudado apesar das infeções fúngicas serem frequentes durante a gravidez e a infância”.

“Esperamos esclarecer quais os mecanismos de transmissão, colonização e maturação fúngica durante a infância, compreender o papel do componente microbiano fúngico na saúde das crianças e o impacto da obesidade, diabetes gestacional e hipertensão arterial na transmissão precoce do micobioma”, acrescenta Maria João Azevedo, que contará com a orientação das investigadoras Benedita Sampaio-Maia (i3S/FMDUP), Carla Ramalho (i3S/FMUP) e Egija Zaura (ACTA).

 

Fonte: 
Universidade do Porto
Nota: 
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