Startup da UPTEC identifica substâncias anti-Covid em rãs

A empresa portuense identificou dois péptidos — biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos — provenientes da rã-verde ibérica, encontrada nos Açores, que podem ser usados num antiviral para tratar as infeções causadas pelo SARS-CoV-2. Os testes vão decorrer em colaboração com o iMED – Instituto de Investigação do Medicamento da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
A plataforma in silico, desenvolvida pela Bioprospectum em parceria com a MI4U, empresa brasileira de inteligência artificial, permite selecionar de uma amostra as substâncias mais apropriadas para um determinado fim — definido pelo investigador — e, desta forma, evitar uma análise pormenorizada a cada molécula dessa mesma amostra.
Através de uma base de dados molecular, da utilização de química computacional e bioinformática, a plataforma da Bioprospectum consegue analisar de uma forma muito mais rápida e eficiente todas as moléculas de uma amostra, permitindo ao investigador focar-se apenas nas moléculas que podem ser úteis para o estudo. “A identificação de moléculas com atividade farmacológica pode demorar anos de trabalho, se for feita com métodos clássicos, o grande diferencial de aliar a bioprospecção com inteligência artificial é que os primeiros resultados podem ser gerados em meses”, afirma José Leite, copromotor do projeto.