SPP lança campanha “Deixar de usar tabaco e nicotina: uma meta alcançável com tratamento!“
De acordo com esta sociedade científica, "o tabaco aquecido e os vapes, tal como os cigarros convencionais, são dispositivos que fornecem nicotina inalada através dos pulmões. Deste modo, a nicotina atinge rapidamente a circulação sanguínea e o cérebro, libertando dopamina e outros neurotransmissores, que causam prazer e bem-estar. O seu uso regular induz facilmente dependência e tolerância". Por outro lado, adianta que "a privação nicotínica causa sofrimento e desejo intenso de consumir. Consequentemente, é necessário continuar a consumir para evitar a privação nicotínica e consumir mais para obter satisfação". Acresce que, "por influência do marketing perverso da indústria do tabaco, o tabaco e a nicotina são usados frequentemente para enfrentar emoções negativas (stress, ansiedade, angústia, solidão), e acompanham habitualmente rotinas diárias (socializar, tomar café, álcool, após refeições, pausas no trabalho/estudo, relaxar, …), reforçando consideravelmente a dependência psicológica e comportamental".
Hoje, reforça a SPP, existe evidência científica crescente de que "o tabaco aquecido e os vapes, podem causar doenças semelhantes àquelas provocadas pelos cigarros para além de outras doenças graves e mortes evitáveis em adolescentes e adultos jovens". "Estes novos produtos de tabaco e nicotina não são dispositivos médicos, nem medicamentos para deixar de fumar, nem uma estratégia de saúde pública comprovada ou segura para diminuir a doença e morte prematura associadas ao tabaco", sublinham os especialistas.
Sendo crucial para ter saúde e qualidade de vida, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia convida os portugueses a deixar os cigarros, o tabaco aquecido, os cigarros eletrónicos, ou quaisquer outros produtos de tabaco e nicotina. "Usar tabaco ou nicotina não é uma livre escolha, nem um estilo de vida, mas sim um comportamento aditivo. Desde há mais de mais de três décadas, que a Organização Mundial de Saúde classifica o uso do tabaco e da nicotina como uma dependência e doença crónica, necessitando de tratamento. A maioria dos fumadores quer deixar de fumar e já tentou várias vezes sem ajuda e sem sucesso, sentindo-se dececionados e protelando a cessação. Como tal, muitos fumadores continuam a fumar e sofrem de doenças, sobretudo respiratórias, cardiovasculares e cancros, vivendo em média menos 10 anos do que os não fumadores", reforça.
Campanha “Deixar de usar tabaco e nicotina: uma meta alcançável com tratamento!“
Deixar de fumar ou vapear pode parecer muito difícil, "mas é uma meta alcançável com tratamento seguro e eficaz!", afirmam os pneumologistas reforçando que "o melhor tratamento para deixar o tabaco e a nicotina é com ajuda especializada, usando medicação e aconselhamento comportamental".
De acordo com a SPP, "parar o uso de nicotina causa desconforto físico e psicológico: a desabituação é feita ao longo de 2-3 meses, substituindo a nicotina com adesivos, pastilhas ou comprimidos de nicotina; ou usando medicamentos não nicotínicos que atuam nas vias da dependência cerebral".
"O aconselhamento comportamental ajuda a enfrentar as situações e emoções associadas ao consumo de nicotina e a desenvolver alternativas, “desfazendo” estas associações e prevenindo a recaída. A medicação diminui muito o desejo de fumar e trata a privação nicotínica, tornando o processo de deixar de fumar muito mais fácil e confortável. A boa notícia é que existem medicamentos comparticipados com custo reduzido para deixar de fumar/vapear, custando menos do que continuar a fumar/vapear", afirmam os especialistas.
"Se usa tabaco ou nicotina, não deixe para amanhã o que pode fazer hoje, opte pelo tratamento. Se já esteve sem fumar ou sem vapear e recaiu, não desanime. Muitos tentam várias vezes até conseguir deixar para sempre. Volte a tentar, desta vez melhor, com tratamento, triplicando a taxa de sucesso. Siga em frente: peça já ajuda ao seu médico ou farmacêutico! Se já conseguiu deixar de fumar ou de vapear, está de PARABÉNS: é a melhor medida para ter saúde e qualidade de vida, agora e no futuro", sublinha a SPP.