Missão 70/26” apresentada no 17º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global

SPH lança Iniciativa Nacional para melhorar o controlo da Hipertensão

Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) apresentou, durante o 17º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global no hotel Grande Real Santa Eulália (Algarve), o seu novo projeto a “Missão 70/26”. Trata-se de uma Iniciativa Nacional para melhorar o controlo da hipertensão arterial (HTA). A sessão de apresentação contou com o Professor Luís Bronze e o Dr. Pedro Damião, e teve como moderadores o Professor Luís Martins e a Dra. Rosa Pinho.

A SPH vai desenvolver um programa estratégico multifacetado que permita controlar 70% dos hipertensos vigiados nos cuidados de saúde primários em Portugal até 2026. Vai materializar-se na implementação de um conjunto de ações destinadas a doentes e profissionais de saúde.

Esta “Iniciativa Nacional” da SPH tem, desta maneira, como população alvo, os profissionais de saúde e toda comunidade portuguesa. “Definimos como objetivos: reduzir a inércia médica motivando a proatividade dos profissionais de saúde, potenciar a adesão à terapêutica dos já diagnosticados como hipertensos e promover a literacia em saúde na população em geral. Entre as variadas ações, pretendemos alertar a população para a importância da medição regular da pressão arterial e informar a população para os riscos da hipertensão (HTA) não controlada” adianta a Direção da SPH.

Luís Bronze, Cardiologista, ainda presidente da SPH salienta que “em Portugal, apesar de 75% dos hipertensos estarem sob medicação, o controlo tensional continua a ser insuficiente, e em parte este problema é causado pela falta de adesão à terapêutica. As idas ao médico são essenciais porque servem também para motivar os doentes a aderir à terapêutica e a consciencializá-los para os fatores de risco concomitantes. Estas são medidas indispensáveis para controlar esta pandemia silenciosa que é a hipertensão. A Covid afastou muitos doentes de uma rotina de controlo da pressão arterial, estimando-se que “o seguimento dos doentes tenha sido reduzido em cerca de 20%. É preciso recuperar essas rotinas e esses doentes”.

Rosa de Pinho, Médica de Família, que agora assume a direção da SPH recorda que: “conhecida como a “pandemia silenciosa”, a HTA, segundo o estudo PHYSA1, afeta cerca de 42% da população portuguesa e estima-se que mais de 25% dos doentes desconheça que sofre desta patologia crónica. Não tem sintomas e está ligada a doenças cardiovasculares graves, nomeadamente aos Acidentes Vasculares Cerebrais, que surgem sem aviso prévio, com taxas de mortalidade ou incapacidade elevadas”.

De acordo com Rosa de Pinho, a “Iniciativa Nacional tem como uma das prioridades as iniciativas junto da comunidade, sensibilizando e consciencializando a população para a importância de medir regularmente a pressão arterial, de aderir à terapêutica e de consultar o médico periodicamente para vigilância da doença. Para isso, e beneficiando do papel de Liga da SPH, será implementado um plano de ações com o intuito de divulgar e explicar a HTA junto do público em geral; informar, esclarecer e educar o doente sobre como lidar com a doença; e apoiar os doentes no seu dia-a-dia. A outra prioridade, enquanto sociedade científica, a SPH tem como objetivo envolver os profissionais de saúde, no sentido de assegurar a atualização de conhecimentos e formação; e convidar à participação de outras entidades, com o objetivo comum de aumentar o controlo da pressão arterial”. Será criado um Prémio para projetos de profissionais de saúde que desenvolvam alguma atividade relevante nesta área da melhoria da adesão à terapêutica e do controlo de HTA.

De forma a poder fazer o seguimento da eficiência das ações, a SPH fará uma avaliação regular dos indicadores hoje disponíveis no bilhete de Identidade dos Cuidados de Saúde Primários (BI-CSP), sabendo que, à data de hoje, temos 52,8% dos hipertensos vigiados nos CSP controlados (PA< 140/90 mmHg) 2. 

Através de um plano de ação estruturado, a SPH pretende, assim, alterar a realidade atual de um controlo deficiente da pressão arterial, já que a HTA é o fator de risco cardiovascular mais comum em Portugal e, claramente, um forte contribuinte para a elevada prevalência de Acidente Vascular Cerebral bem como de outras doenças Cardiorenovasculares, como a Doença Isquémica Cardíaca, Demência Vascular e Doença Renal Crónica. 

Fonte: 
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Nota: 
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