Sindicato dos Enfermeiros considera programa “Regressar Saúde” paradoxal quando faltam condições para fixar os que trabalham no SNS
A Resolução da Assembleia da República n.º 76/2022 resulta de uma iniciativa do Livre e foi aprovada a 14 de outubro com os votos a favor do PS, PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PAN e Livre. “O Sindicato dos Enfermeiros luta há décadas para que sejam criadas condições para que os enfermeiros portugueses se fixem no nosso País e, mais concretamente, no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, recorda Pedro Costa. Para o presidente do SE, “aquilo que se tem verificado nos últimos anos, é que são os enfermeiros mais qualificados que estão a emigrar”. “Que sentido faz criar regimes de incentivos especiais para que regressem, quando eles saíram por não terem condições dignas para trabalhar no nosso país?”, acrescenta.
Na véspera de uma reunião suplementar com o Ministério da Saúde para procurar concluir o Processo Negocial iniciado em maio passado, Pedro Costa considera esta resolução, “aprovada com os votos a favor do partido que sustenta o Governo”, quase uma afronta ao Sindicato dos Enfermeiros. “Valorize-se a Enfermagem em Portugal, reponha-se a avaliação de desempenho sem condicionalismos, dignifique-se a carreira e criem-se condições para os enfermeiros se sentirem motivados para continuar a trabalhar no nosso país”, adianta o presidente do SE.
Pedro Costa assegura que, “como é natural, o SE concorda que se criem condições para garantir que os enfermeiros que emigraram se sintam motivados a regressar ao nosso País”. “Trata-se de enfermeiros muito qualificados, que fazem muita falta ao nosso SNS”, adianta. Mas, assevera, “isso não pode suceder sem antes termos criadas condições dignas para todos aqueles que, diariamente, dão o seu melhor para manter a funcionar com um mínimo de dignidade o nosso SNS”.
“Acreditamos que irá prevalecer o bom senso e na reunião de amanhã o Ministério da Saúde irá mostrar abertura para aceitar as reivindicações que têm norteado as posições do SE nas negociações com a tutela”, sustenta Pedro Costa.