Medidas de confinamento

Ricardo Mexia alerta: medidas devem manter-se até que seja possível reduzir pressão nos serviços de saúde

Entrevistado pela Executive Digest, o Presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia explicou que “as medidas de confinamento, atualmente em vigor, devem ser mantidas para já, até que seja possível reduzir a pressão nos serviços de saúde, o que ainda não acontece”.

Segundo o especialista, os números estão a descer, no entanto, o número de doentes internados em enfermaria e UCI mantém-se altos. “O período dos 15 mil casos diários não é a realidade atual, o que é uma boa notícia, o que falta é a descida dos indicadores como internamentos em enfermaria e UCI que ainda continuam e vão manter-se ainda com alguma pressão”, referiu à publicação.

Quanto a uma possível reavaliação das medidas, que poderá acontecer esta semana com a renovação do Estado de Emergência, o responsável indica que as restrições em vigor devem manter-se. “Não podemos tirar ainda grandes elações, portanto talvez seja de manter o que temos até que se manifeste de forma mais clara a descida, sobretudo na pressão dos serviços”.

Embora estejamos “a colher os frutos das medidas que foram implementadas há duas semanas”, o especialista apela a que não se cometam “os erros do passado” e aconselha cautela. “Recordo que antes do Natal também estávamos em torno dos três mil casos diários e depois sabemos o que aconteceu, convém não baixar a aguarda”, refere na entrevista.

Questionado sobre a reabertura das escolas, Ricardo Mexia defende que “é importante consolidar os ganhos do ponto de vista da redução do número de casos e depois planear essa retoma de forma faseada, talvez começando pelos mais novos e depois ir chegando aos outros níveis de ensino”.

Para o especialista em Saúde Publica tomar decisões precipitada não é “boa ideia”. “Temos de ter a certeza que conseguimos reduzir a pressão nos serviços de saúde, antes de pensar em aliviar restrições, ou de que forma é que isso pode ser feito”, reforça. 

Fonte: 
Executive Digest
Nota: 
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