Projeto português recebe financiamento para combater perda muscular em astronautas e idosos
O ASTROPOWER terá um impacto significativo tanto no espaço quanto na Terra. Através de um sistema de treino, o projeto visa prevenir a powerpenia — perda de potência muscular — em astronautas durante missões espaciais e restaurar a função muscular após o regresso das missões espaciais. Além disso, visto as perdas nos astronautas serem análogas às encontradas durante o envelhecimento, a tecnologia desenvolvida poderá beneficiar a população idosa, promovendo a autonomia, melhorando a função muscular e reduzindo o risco de quedas e outras condições associadas ao envelhecimento, como a fragilidade e a perda de mobilidade.
Liderado pelo professor Hugo Gamboa, do Departamento de Física da NOVA FCT, em colaboração com Luís Silva, ambos do grupo Biosignals-LIBPhys (Laboratório de Instrumentação, Engenharia Biomédica e Física das Radiações), o ASTROPOWER também conta com a parceria da Agência Espacial Europeia (ESA), que cofinancia o projeto através do Programa PRODEX.
“Este projeto representa um avanço significativo na aplicação de tecnologias de engenharia biomédica para a saúde muscular em ambientes desafiantes, como o espaço, e em cenários comuns, como o envelhecimento. O ASTROPOWER não só contribui para a preservação da saúde dos astronautas em missões de longa duração, como também tem o potencial de impactar diretamente a qualidade de vida da população idosa, promovendo uma maior autonomia e mobilidade. Estamos entusiasmados com esta primeira oportunidade do nosso grupo de biossinais em colaborar com a Agência Espacial Portuguesa e a Agência Espacial Europeia, entre outros parceiros, e confiamos que os resultados deste projeto terão benefícios a longo prazo, tanto na exploração espacial quanto na saúde pública”, afirma Hugo Gamboa, responsável pelo projeto da NOVA FCT.
O PROSSE 2024 é um concurso da Agência Espacial Portuguesa que visa financiar projetos científicos na exploração espacial, promovendo a participação de Portugal no programa PRODEX da ESA. Entre 14 candidaturas, apenas duas foram aprovadas, com destaque para o ASTROPOWER, pela sua inovação e relevância científica, que vai receber 70 mil euros fruto desta candidatura.