Projeto FAST Heroes ajuda a fixar informação sobre AVC, revela inquérito
“As crianças pequenas muitas vezes desconhecem condições de saúde de emergência, como o acidente vascular cerebral, mas podem servir como veículos importantes para salvar a vida dos seus familiares. Iniciativas como esta, quando aliadas a um sistema de resposta forte, como a Via Verde AVC, podem contribuir para a redução drástica das taxas de mortalidade e morbilidade associadas ao AVC”, defende Vítor Tedim Cruz, Presidente da Direção da Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC).
“Em todo o mundo, já recebemos vários relatos de pessoas que foram salvas através da correta identificação dos sintomas do AVC, após a criança envolvida ter participado na iniciativa. E este estudo apenas confirma que estamos no bom caminho para salvar mais vidas”, congratula-se Jan Van der Merwe, responsável pela campanha FAST Heroes.
O artigo publicado na Front Public Health baseou-se num questionário realizado a 45 pessoas que tinham já participado num inquérito semelhante logo após a implementação da iniciativa na escola dos netos. Em comparação com a avaliação feita imediatamente após a implementação do programa, os entrevistados ainda conseguiam recordar a fraqueza nos braços e a fala arrastada como principais sintomas de AVC. Observou-se diminuição na recordação da face descaída como sintoma, mas a descrição do curso de ação apropriado em caso de emergência melhorou e o número de emergência estava também presente na memória dos participantes.
Os resultados mostram que o conhecimento sobre os sintomas mais comuns de um AVC e a importância de contactar rapidamente os serviços de emergência após um AVC, no grupo populacional mais afetado por este, é mantido. O estudo conclui, no entanto, que é necessário explorar a preservação do conhecimento numa amostra mais alargada para garantir que as conclusões se mantêm.
O AVC é a principal causa de morte e incapacidade em Portugal, sendo que, ao longo da vida, uma em cada quatro pessoas acima dos dos 25 anos virá a sofrer um AVC ao longo da sua vida. A cada hora três portugueses sofrem um AVC e um deles não sobrevive, sendo o tempo crucial para evitar desfechos mais graves.
A iniciativa FAST Heroes 112 surge assim com o objetivo de educar crianças entre os 5 e os 10 anos e os seus familiares, disponibiliza recursos educativos interativos gratuitos. Desta forma, as crianças desenvolvem competências práticas para salvar vidas de uma forma envolvente e divertida, descobrindo paralelamente um pouco mais sobre a importância da empatia e do amor.
Enquanto aprendem a identificar corretamente os sintomas de um AVC para rapidamente ligarem para o 112, as crianças têm ainda a missão de passar estes conhecimentos aos seus familiares, principalmente os avós, que fazem parte do grupo de risco.
Este projeto conta com várias atividades protagonizadas por quatro super-heróis, que podem ser implementadas nas escolas e em casa. Francisco (a Face), Fernando (a Força) e Fátima (a Fala) são três super-heróis reformados que lhes vão ensinar os três principais sintomas de AVC. Já Tomás (a Tempo), reforça a importância de agir de forma atempada. Tânia (A Professora) é uma personagem que apenas é apresentada aos alunos no segundo ano consecutivo de implementação e incentiva-os a ensinarem quem os rodeia, principalmente os avós.
Desenvolvida em parceria com o Departamento de Políticas Educativas e Sociais da Universidade da Macedónia, a iniciativa conta com o apoio da Organização Mundial de AVC, da Sociedade Portuguesa do AVC, da Direção-Geral da Educação e da Iniciativa Angels. Além do português, os materiais estão já adaptados para várias línguas. Para participar na campanha, basta ir ao website oficial, em www.fastheroes.com, e registar-se como professor para implementar a iniciativa nas aulas ou inscrever a sua criança.