Procedimentos de cirurgia robótica crescem 37% na Península Ibérica
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Atualmente, existem mais de 6 700 sistemas cirúrgicos da Vinci disponíveis em centros hospitalares, em todo o mundo. Em 2021, o número de novas instalações ultrapassou as 1300 unidades. Depois dos Estados Unidos, onde existem mais de 3000 sistemas robóticos da Vinci, a Europa representa a principal zona de utilização, com mais de 900 sistemas robóticos da Vinci em atividade. Desde que se realizou a primeira operação com o sistema cirúrgico da Vinci, há mais de duas décadas, já foram efetuadas em todo o mundo mais de 10 milhões de intervenções. E só em 2021 foram realizadas mais de 1,5 milhões de cirurgias com este sistema.
O primeiro sistema robótico da Vinci chegou a Portugal em 2010 e a Espanha em 2005. Atualmente, já foram instalados mais de 100 equipamentos na Península Ibérica. Desde 2005, já foram operados com o sistema robótico da Vinci mais de 60 000 pacientes na Península Ibérica.
De acordo com mais de 30 000 artigos de literatura científica sobre o sistema robótico da Vinci, publicados ao longo dos seus mais de 20 anos de atividade, a cirurgia robótica, em comparação com as técnicas tradicionais, permite uma cirurgia mais precisa, com menos sangramento e menor risco de infeção após a cirurgia.
Pablo Diaz, Diretor Ibérico da ABEX – Excelência Robótica, salienta: " Ao longo da história, surgiram inovações que determinaram uma evolução disruptiva nos respetivos sectores de atividade. Na cirurgia, esse momento aconteceu com a introdução da robótica, há mais de 20 anos. Hoje, o sistema robótico da Vinci é usado por cirurgiões em 65 países por todo o mundo, incluindo Portugal. A cirurgia robótica com recurso ao sistema da Vinci apresenta vantagens importantes para os sistemas de saúde, nomeadamente a redução de tempo de internamento, a minimização complicações pós-operatórias e o aumento da rapidez de recuperação dos pacientes, o que contribui para uma melhor alocação dos recursos médicos e para a melhoria da eficiência das unidades hospitalares".
Especialidades cirúrgicas robóticas
O sistema cirúrgico da Vinci foi desenvolvido com o objetivo de disponibilizar a tecnologia mais avançada aos cirurgiões que pretendem garantir um tratamento minimamente invasivo para patologias complexas. O sistema robótico da Vinci aplica-se, sobretudo, nas especialidades de Cirurgia Geral, Cirurgia Torácica, Urologia, Ginecologia, Otorrinolaringologia, Cirurgia Pediátrica e Cirurgia de Transplantes.
Em Portugal e Espanha, durante 2021, 56% das intervenções cirúrgicas com o sistema da Vinci foram realizadas por urologistas, em casos de patologia da próstata e rim. Entre os casos urológicos, 75% foram prostatectomias. Já nos EUA, 88% das prostatectomias são operadas através de cirurgia robótica assistida pelo sistema cirúrgico da Vinci.
Na Península Ibérica, 26% das intervenções cirúrgicas assistidas pelo sistema robótico da Vinci realizadas em 2021 foram de cirurgia geral. Nesta especialidade, 52% dos procedimentos foram cirurgias colorretais.
No ano passado, 10% das intervenções cirúrgicas com o sistema robótico da Vinci, em Portugal e Espanha, foram de ginecologia oncológica e benigna. Entre os casos ginecológicos, 78% foram histerectomias oncológicas. Também em ginecologia, inúmeras publicações demostram as vantagens da histerectomia robótica em comparação com a cirurgia tradicional ou laparoscópica, das quais se destacam a maior radicalidade oncológica, redução das complicações pós-operatórias, redução do tempo de internamento em 1,4 dias em relação à cirurgia tradicional, menores perdas hemáticas e um regresso mais rápido às atividades normais, sociais e laborais.
Inovação tecnológica ao serviço da medicina
Para muitos cirurgiões, o sistema robótico da Vinci foi - e continua a ser- uma inovação revolucionária na área da cirurgia minimamente invasiva. O sistema da Vinci foi desenvolvido para disponibilizar a tecnologia mais avançada aos cirurgiões que optam por um tratamento minimamente invasivo em patologias complexas.
Com o sistema cirúrgico da Vinci, o cirurgião não opera diretamente no paciente, mas sentado numa consola, a partir da qual manuseia os comandos dos instrumentos. O sistema traduz os movimentos das mãos do médico em impulsos que são literalmente transmitidos aos braços robóticos, permitindo-lhes alcançar áreas de difícil acesso. Para além disso, os instrumentos permitem 540º de rotação, numa amplitude de movimentos francamente superior à da mão humana. A visão tridimensional com ampliação até 10 vezes permite ao cirurgião visualizar as estruturas teciduais com grande detalhe e trabalhar com enorme precisão.
As vantagens são inquestionáveis quer na fase de intervenção, aumentando o controlo e reduzindo as perdas de sangue, quer na fase reconstrutiva. Com o sistema cirúrgico da Vinci, o acesso é mais fácil em anatomias complicadas, permite uma excelente visualização dos pontos de referência anatómicos e planos teciduais, são eliminados tremores fisiológicos ou movimentos involuntários do cirurgião e minimizada a fadiga postural após longas horas de intervenção.
O recurso a este sistema de cirurgia robótica apresenta diversas vantagens clínicas, para as equipas médicas, para o sistema nacional de saúde e, sobretudo, para os pacientes. A cirurgia assistida pelo sistema robótico da Vinci permite ao doente aceder a um tratamento minimamente invasivo, com pequenas incisões e melhores resultados estéticos, menor necessidade de transfusões, redução da dor pós-operatória e do tempo de internamento hospitalar, o que possibilita um regresso mais rápido às atividades normais.