Prevalência de leishmaniose canina tem aumentado em Portugal
“A leishmaniose é uma importante zoonose que afeta alguns dos nossos animais domésticos. É causada por um parasita protozoário, que é transmitido através da picada de um inseto (mosquito) vetor, o flebótomo. O cão é um dos principais hospedeiros reservatório do parasita e também um possível responsável pela transmissão da doença”, esclarece a Maria João Rodrigues, médica veterinária no AniCura CHV Porto Hospital Veterinário. Os flebótomos são insetos com cores entre o amarelo-claro e o castanho-escuro, com pilosidades e de pequeno tamanho que, ao contrário dos mosquitos comuns, não emitem zunido quando voam. Estes insetos mantêm-se ativos durante os meses mais quentes, normalmente, entre abril e setembro. Em anos mais quentes, a sua atividade pode prolongar-se entre março e novembro. “Os flebótomos estão ativos, sobretudo, entre o entardecer e o amanhecer e é durante este período que ocorre, normalmente, a transmissão do parasita da leishmaniose”, acrescenta a médica veterinária.
Por sua vez, o médico veterinário Ricardo Medeiros do AniCura Restelo Hospital Veterinário explica que “um dos sinais mais frequentes de leishmaniose canina é a perda de pelo, sobretudo em redor dos olhos, nariz, boca e orelhas. À medida que a doença progride, também se verifica a perda de peso no cão. Também pode ocorrer o desenvolvimento de dermatite ulcerativa (com feridas) que pode disseminar-se por toda a superfície corporal do cão”. Num estádio mais avançado da doença, pode desenvolver-se insuficiência renal crónica e, nesta fase, os cães começam a urinar mais vezes e a beber mais água.
Como prevenir a Leishmaniose
A prevenção é a melhor forma de reduzir o risco de desenvolver a doença, já que os tratamentos atualmente disponíveis não permitem curar a infeção de forma definitiva, podendo os animais apresentar recidivas passados meses ou anos. Neste sentido, os veterinários lembram a importância da vacinação contra a leishmaniose canina como forma de aumentar as defesas dos animais e reduzir o risco de desenvolver a doença. Segundo os profissionais, “a combinação da vacina com o repelente representa a proteção mais completa”. Além destas medidas, é aconselhável evitar os passeios, sobretudo entre o entardecer e o amanhecer, período de maior atividade dos flebótomos transmissores; assegurar o bom estado de saúde do animal para proteger o seu sistema imunitário, através de uma alimentação cuidada, da vacinação e da desparasitação regulares; realizar rastreios anuais para detetar precocemente a doença e, consequentemente, avançar para um tratamento mais eficaz.
Ricardo Medeiros incentiva os cuidadores “a procurarem aconselhamento sobre a leishmaniose e formas de prevenção junto do médico veterinário e a contactarem um profissional ao primeiro sinal de alerta de doença.”
A AniCura, grupo de hospitais e clínicas de animais especializado em cuidados médico-veterinários para animais de companhia, acaba de lançar uma campanha de sensibilização para a leishmaniose destinada aos seus associados e aos cuidadores de cães. O objetivo da campanha, que decorre durante os meses de junho e julho, é promover a educação através da informação e sensibilizar para a importância da prevenção completa através da vacinação e do repelente.
Mais informação sobre leishmaniose canina em: www.anicura.pt/conselhos-de-saude/cao/conselhos-de-saude-para-cao/leishmaniose-canina/