Poteligeo® da Kyowa Kirin está disponível em Portugal para doentes com Síndrome de Sézary e Micoise Fungoide
Os LCCT são uma forma rara, por vezes grave e potencialmente fatal de linfoma não-Hodgkin. Ocorrem principalmente na pele, mas podem afetar o sangue, gânglios linfáticos e vísceras, de forma secundária. Os LCCT podem ter um impacto profundo na qualidade de vida e bem-estar psicológico dos doentes. Os distúrbios cutâneos e o prurido levam à depressão, distúrbios do sono e fadiga6.
Nas palavras de Mariana Cravo, dermatologista responsável pela Consulta Multidisciplinar de Linfomas Cutâneos do Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO): “a qualidade de vida dos doentes com LCCT pode ser má. Mesmo nos estadios iniciais, os doentes podem ver os seus relacionamentos sociais alterados, pois têm lesões visíveis na pele e, por vezes, a comichão não lhes permite viver com qualidade. Os cuidadores também têm dificuldades em lidar com esta patologia e em conseguir ajudar o doente".
Os LCCT representam cerca de 4 por cento de todos os casos de linfomas não-Hodgkin e até 80 por cento de todos os linfomas cutâneos primários. Afetam cerca de 240 pessoas por 1 milhão na Europa. A Síndrome de Sézary (SS) é responsável por aproximadamente 5 por cento dos LCCT. A sobrevivência desta doença em estadios avançados ronda os 4,7 anos. Quando há uma elevada carga tumoral no sangue é de 4,64 anos, em comparação com 29,28 anos quando não há. Já em relação à MF, segundo uma meta-análise, a sobrevivência global no estadio mais avançado (IVB) varia entre 10-39,7% versus 82,1-85,8% nos estadios iniciais (IB).
"Devido ao prurido e aos distúrbios cutâneos, os doentes com linfomas cutâneos de células T têm frequentemente sintomas que afetam diretamente a sua saúde física e psicológica. Tratamentos como o que é hoje lançado em Portugal, constituem um grande passo em frente na melhoria da qualidade de vida das pessoas com LCCT e, indiretamente, beneficia também a vida dos seus familiares ou cuidadores", diz o presidente da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), Professor Manuel Abecasis.
Até agora, no caso da SS, a maioria dos tratamentos disponíveis raramente são capazes de induzir remissões a longo prazo. No caso da MF, apenas a fotoquimioterapia com psoraleno (PUVA) mostrou evidência de remissão, com taxas a 10 anos de 30-50%, embora com recidivas tardias.
O mogamulizumab é a primeira terapia biológica aprovada para a Síndrome de Sézary e Micose Fungoide que visa o receptor CCR4, após o fracasso da terapia sistémica anterior. As recomendações da ESMO indicam que esta terapia tem demonstrado eficácia clinicamente relevante, especialmente em doentes com distúrbios do sangue.
Neste sentido, Mariana Cravo afirma: "procuramos melhorar a doença, obter uma remissão completa durante o máximo de tempo possível e melhorar os sintomas, tudo isto com o mínimo de complicações possível a curto, médio ou longo prazo. O Mogamulizumab é um anticorpo monoclonal anti-CCR4 que revolucionou o tratamento de LCCT com leucemia, com impacto no sangue periférico, representando um grande avanço para estes doentes.