Movimento LIFE quer impulsionar paridade e vai realizar estudo sobre a igualdade de género

Portugal precisa de ter dados concretos da representatividade das mulheres em lugares de liderança na Saúde

As mulheres ainda enfrentam inúmeras barreiras no acesso a carreiras de topo e cargos de decisão. Mesmo com mais habilitações do que os homens, ainda assim elas estão claramente sub-representadas nos processos de tomada de decisão.

A área da saúde é predominantemente feminina, com as mulheres a representarem 75% do total da força de trabalho, mas a ocuparem pouco mais de um terço dos lugares de liderança.

Apesar de a área da saúde ser predominantemente feminina, com as mulheres a representarem 75% do total da força de trabalho, são ainda poucas as que ocupam cargos de liderança - pouco mais de um terço devido às barreiras no acesso a carreiras de topo e cargos de decisão, que continuam a ser muitas, apesar de elas terem mais habilitações do que os homens. A isto junta-se ainda a falta de literacia, de políticas de igualdade de género ou de medidas de tolerância zero para bullying e assédio moral e sexual no local de trabalho.

Medidas que as 30 mulheres de várias gerações com experiência de liderança na Saúde, que são Embaixadoras do Movimento LIFE, apresentaram na sequência de uma primeira reflexão, em que foram analisadas as razões históricas e atuais para estarmos distantes da igualdade de género e debatidas estratégias de desenvolvimento para criar um futuro melhor para as novas gerações.

Estas e outras conclusões de duas análises vão ser divulgadas hoje, dia 2 de março, na sessão pública de apresentação do Movimento LIFE - Liderança na Saúde no Feminino, que decorre no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a partir das 14:00.

Estas são algumas das conclusões de duas análises que vão ser divulgadas hoje, dia 2 de março, na sessão pública de apresentação do Movimento LIFE - Liderança na Saúde no Feminino, que decorre no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a partir das 14:00.

Um dos estudos foi realizado pela Faces de Eva: Estudos sobre a Mulher/CICS.NOVA (NOVA-FCSH) e outro pela consultora GFK/Metris, também com base na auscultação de algumas dezenas de mulheres com experiência de liderança na Saúde.

As duas análises que vão ser apresentadas apontam para a necessidade de se conhecer a realidade do setor da Saúde em Portugal. Só o conhecimento detalhado da realidade pode dar visibilidade ao problema da desigualdade de género e permitir definir linhas de atuação concretas que mudem a realidade para as gerações futuras.

Segundo a análise da GFK/Metris, há muita informação e múltiplas estatísticas, mas são dados desagregados e não sistematizados que dificultam uma compreensão profunda da realidade. No fundo, há muita informação e pouco conhecimento.

Por isso mesmo, o Movimento LIFE vai promover a realização de um estudo que ausculte as mulheres e homens com menos de 40 anos que trabalham no setor da Saúde em Portugal. A ideia, a par de ter maior conhecimento da realidade, é permitir um retrato dos entraves ou impulsos que as mulheres mais jovens sentem atualmente na sua progressão de carreira. O intuito é também recolher contributos de todos sobre medidas ou políticas que possam ser promotoras da igualdade de género.

O Movimento promoveu já uma primeira reflexão com cerca de 30 mulheres de várias gerações com experiência de liderança na Saúde, que são Embaixadoras deste Movimento. Foram analisadas as razões históricas e atuais para estarmos distantes da igualdade de género e debatidas estratégias de desenvolvimento para criar um futuro melhor para as novas gerações.

“A igualdade de género é um assunto que tem de importar a todos: mulheres e homens. Importa a toda a Sociedade debater este tema para concretizar ações que mudem o panorama da desigualdade de género. Porque equipas de liderança diversificadas tornam melhor as organizações”, refere Cláudia Ricardo, co-fundadora do Movimento LIFE.

Outra das fundadoras, Isabel Henriques de Jesus, sublinha que “a ‘questão das mulheres’ mantém toda a atualidade e pertinência nos dias de hoje e deve ser integrada num contexto mais vasto de Direitos Humanos”. “Apesar de um caminho e evolução inegáveis, ainda há tentativa de silenciamento ou apagamento, ainda há condicionamentos vários, por vezes bem subtis. Os contornos são mais ou menos nítidos, mas a questão das mulheres não perdeu qualquer atualidade”.

Fonte: 
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Nota: 
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