Porto Comprehensive Cancer Center passa a incluir nome da investigadora Raquel Seruca
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Este projeto pioneiro em Portugal, que ganha agora o nome da investigadora Raquel Seruca, pretende encurtar e aperfeiçoar o ciclo de descoberta científica em doenças neoplásicas e preneoplásicas, através do reforço da investigação de translação. "Graças à Raquel, alma-e-corpo da iniciativa, testemunharemos o sucesso do P.CCC centrado nas pessoas com organização e competência", sublinha Sobrinho Simões, diretor do Ipatimup.
A investigadora, que coordenou a elaboração da candidatura do projeto "TeamUp4Cancer" aos fundos do Norte2020, tendo conquistado um financiamento superior a 15 milhões de euros para melhorar o diagnóstico e tratamento de doentes com cancro, faleceu recentemente vítima de doença oncológica. O trabalho desenvolvido por Raquel Seruca "tornou possível a aquisição e implementação de novos equipamentos e infraestruturas, assim como a contratação de recursos humanos especializados que nos permitirão fazer investigação de ponta em cancro com a preocupação de conhecer melhor os mecanismos moleculares de cada tumor e transferir esse conhecimento para novas ferramentas de rastreio, diagnóstico precoce e tratamento de cancro. Este processo permitirá desenvolver uma estratégia inovadora de acompanhamento e tratamento personalizado dos doentes", garante Claudio Sunkel, diretor do i3S.
“A Raquel depositava uma enorme esperança no P.CCC como iniciativa de mudança da forma de fazer Ciência. Ela funcionou como o elemento catalisador das vontades das duas instituições em unirem esforços para conseguirem chegar mais próximo do que realmente necessitam os doentes com cancro”, explicou Rui Henrique, Presidente do Conselho de Administração do IPO Porto, acrescentando que “ao juntar à designação do P.CCC o nome da Raquel, estamos, não apenas, a realizar homenagem a uma mulher e cientista excecional, mas também a assumir um compromisso coletivo, pessoal e institucional, de que trabalharemos para concretizar o seu sonho e a sua visão.”
Na altura em que foi anunciado o financiamento para o P.CCC, Raquel Seruca sublinhava que "pela primeira vez em Portugal vamos poder cumprir todo o ciclo que vai desde a identificação dos mecanismos alterados nas células tumorais até aos ensaios clínicos, baseados no conhecimento profundo dos processos moleculares e celulares subjacentes à doença. O P.CCC é uma infraestrutura que prioritiza as necessidades dos doentes", explicava.
Os recursos estarão alocados estrategicamente em plataformas especializadas no IPO Porto e no i3S. Para o efeito, foram já adquiridos pelo i3S equipamentos que permitirão isolar e caracterizar o perfil molecular de células tumorais individuais, e identificar biomarcadores para vigilância dos doentes e famílias em risco. Especificamente, os novos equipamentos permitem uma análise detalhada de tecidos e biópsias líquidas de pacientes, e a avaliação funcional de moléculas em modelos experimentais in vitro e in vivo. Uma grande parte do investimento foi direcionado para a implementação de novas tecnologias de imagiologia, criando uma oportunidade única para avançar em estudos pré-clínicos.