Só 22% das mulheres diz ter feito pelo menos um exame a qualquer um dos tipos de Doença de Transmissão Sexual

Percentagem de mulheres que realizam exames preventivos é baixa e saúde emocional é fator de preocupação

Mulheres saudáveis são o pilar de sociedades e economias saudáveis, mas raramente a sua saúde tem a atenção que merece. Neste Dia Mundial da Mulher, o primeiro Índice Mundial da Saúde das Mulheres revela uma análise ao estado atual da saúde e bem estar femininos, e sublinha a urgência de desenvolver políticas que satisfaçam as necessidades de mais de metade da população.

Este estudo é uma iniciativa da Hologic, em parceria com a Gallup, que pela primeira vez vem dar a conhecer o estado de saúde de 3,9 mil milhões de mulheres em todo o mundo.  Depois de analisadas todas as respostas, foram identificadas cinco dimensões da saúde da Mulher que explicam a esperança média de vida à nascença em 80% dos casos. São eles, os Cuidados Preventivos, as Perceções de Saúde e Segurança, a Saúde Emocional, a Saúde Individual e as Necessidades Básicas.

Portugal ficou bem posicionado neste ranking mundial, na 16ª posição, mas o estudo revela que há ainda muito por fazer, nomeadamente no que diz respeito aos cuidados preventivos. A percentagem de mulheres que realizaram exames preventivos para as doenças que mais as afetam é baixa – à semelhança de muitos outros países, o que demonstra um cenário mundial tendencialmente negativo.

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são as menos monitorizadas, com apenas 22% das mulheres portuguesas a afirmarem terem feito um exame para este tipo de infeções. Segue-se o cancro, com 64,5% das mulheres a afirmarem nunca ter realizado qualquer tipo de exame de rastreio e, para despiste à diabetes apenas 46,2% fizeram análises.

A saúde emocional é também uma das áreas mais frágeis para o sexo feminino em Portugal, com mais de 70% a dizerem ter experienciado preocupação, 45% das Mulheres diz ter-se sentido triste, e 42% referiram que sentem stress.

Um quarto das mulheres portuguesas diz ainda que não se sentiu segura a caminhar na rua à noite. Esta é a principal conclusão relativa à dimensão de perceções de saúde e segurança, que acrescenta ainda que 35% das mulheres não estão satisfeitas com o acesso a cuidados de saúde de qualidade em Portugal

Relativamente à satisfação das necessidades básicas, 16% disseram ter tido dificuldade em comprar comida para a sua família e 15% referiram que não conseguiram garantir um abrigo adequado, durante o ano anterior ao questionário.

 "A saúde da mulher é essencial à saúde da sociedade, e ao dar-lhe a atenção que merece, podemos não só salvar vidas, mas também alcançar progresso social e económico significativo. Porém, os dados recolhidos pelo Índice Mundial da Saúde das Mulheres vêm revelar-nos que ainda há muito trabalho a ser feito para dissipar as disparidades nos cuidados da saúde feminina, uma situação que foi ainda mais agravada com a pandemia Covid-19”, refere João Malagueira, Vice-presidente da Hologic para a região EMEA.

 “No Dia Internacional da Mulher, apelamos a que os líderes mundiais e nacionais, desenvolvam planos viáveis e mensuráveis que ambicionem melhorar a condição e a qualidade de vida das mulheres, tendo por base dados científicos que espelham a realidade vivida pela população em todo o mundo”.

Fonte: 
LPM Comunicação
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock