Estudo

Partos prematuros podem ser previstos a partir das 10 semanas de gravidez pela análise de ambiente vaginal

As mulheres que estão em risco de vir a ter um parto prematuro podem ser identificadas a partir das 10 semanas de gravidez através de um teste para medir as bactérias presentes no colo do útero, sugere um estudo do King's College London.

A prematuridade é a principal causa de morte em recém-nascidos no Reino Unido. Agora, uma equipa de investigação britânica descobriu que existem bactérias e químicos específicos no cérvix das mulheres grávidas que podem conduzir a infeções e inflamações, condicionando o termo de parto.

Neste estudo, os investigadores analisaram dados de quatro hospitais do Reino Unido, incluindo 346 mulheres, 60 das quais deram à luz prematuramente.

Com um teste de cotonete, analisaram bactérias presentes no colo do útero destas mulheres entre as 10 e as 15 semanas de gravidez, e novamente entre as 16 e as 23 semanas.

Os dados recolhidos foram comparados com as medições do comprimento cervical para ver, entre estas mulheres, quem daria à luz mais cedo.

Nesta observação, verificou-se que uma combinação de metabolitos – glicose, aspartato e cálcio – e bactérias estava ligada ao nascimento às 34 semanas. Enquanto sete metabólitos diferentes foram associados ao nascimento às 37 semanas.

Estas ligações foram igualmente significativas no primeiro e segundo trimestres, o que significa que as grávidas em risco de parto prematuro poderiam ser identificadas com precisão muito mais cedo na gravidez do que os testes atuais permitem, além de poderem beneficiar de tratamentos médico ou cirúrgicos que não são possíveis de realizar em fase avançadas da gravides.

Segundo Andrew Shennan, especialista em obstetrícia no King's College London e autor deste estudo, “o parto prematuro é muito difícil de prever, por isso os médicos têm de errar por precaução e as mães consideradas em risco muitas vezes acabam por dar à luz em fim de termo, o que coloca pressão indevida em todos os envolvidos”

"A minha equipa desenvolveu ferramentas de previsão de parto prematuros que são muito precisas mais tarde na gravidez, como os testes de fibronectina fetal — mas nessa fase, só se pode gerir os riscos, não impedindo que aconteça. Quanto mais cedo descobrirmos quem está em risco, mais podemos fazer para manter as mães e os bebés seguros”, afirma citado pelo Daily Mail.

Para Rachel Tribe, especialista do King's College London, que liderou o estudo, “com tantos fatores em jogo, é improvável que os testes para as mesmas espécies de bactérias únicas prevejam o nascimento prematuro em todas as mães, mas agora temos um painel de bactérias e metabolitos que podem ser úteis”.

A especialista refere-se , em particular, testes à Lactobacillus crispatus e Lactobacillus acidophilus, que podem “dar garantias às mães que, de outra forma, estariam indevidamente preocupadas, e ajudar aqueles que precisam obter cuidados especializados o mais rapidamente possível”.

"Após cinco anos de trabalho neste estudo, estamos encantados por ter esta maior compreensão de como o ambiente vaginal pode influenciar o risco prematuro de parto”, sublinha.

Fonte: 
Daily Mail
Nota: 
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