Pandemia trouxe lições que podem ser tidas em conta para combater doenças como a Tuberculose
O confinamento, a redução dos contactos sociais, a adaptação a plataformas eletrónicas, nomeadamente quanto à monitorização da toma da medicação, o uso da máscara ou o uso mais comum dos testes moleculares de resistência integraram “uma trajetória que devemos aproveitar” no sentido de reduzir a incidência da tuberculose em Portugal, considerou, no âmbito do Dia Mundial da Tuberculose.
Isabel Carvalho salientou que Portugal tem vindo a reduzir a sua incidência nos casos de tuberculose, designadamente através de boas práticas, como a facilidade no acesso ao tratamento preventivo gratuito (rastreios).
Contudo, os números provisórios de 2020 apontam para uma redução significativa do diagnóstico da tuberculose, que, de acordo com o Relatório de Vigilância e Monitorização da Tuberculose em Portugal, não é alheia aos efeitos da pandemia e à necessidade de redirecionar os recursos para a resposta nesta área.
Para a diretora do PNT, é urgente uma redução do tempo de diagnóstico da doença, sendo essencial facilitar o acesso da população aos meios de diagnóstico, bem como promover a literacia neste tema, principalmente no que diz respeito à perceção dos sintomas. A responsável reforçou, contudo, que Portugal tem “uma caminhada positiva” e que “as medidas facilitadoras têm progredido imenso”.
Na sessão de abertura do evento promovido pelo PNT e pela DGS, a Diretora Executiva do Plano Nacional de Saúde (PNS), Fátima Quitério, referiu que “a promoção da literacia em tuberculose, aplicada aos profissionais de saúde e aos utentes, contribuirá para aumentar o grau de suspensão da doença e iniciar um tratamento seguro e eficaz, e para aumentar o rastreio aos grupos mais vulneráveis”.
“A necessidade de reduzir o número de dias até ao diagnóstico implica a manutenção e o reforço da articulação” do PNT com o Laboratório Nacional de Referência para a Tuberculose (LNR-TB) do INSA, “promovendo o recurso as diversas técnicas laboratoriais em Portugal”, acrescentou.
Portugal é um dos países que se propõem a atingir os objetivos da Organização Mundial da Saúde (OMS) - redução em 95% do número de mortes por tuberculose e em 90% da taxa de incidência até 2035.