A pandemia Covid-19 poderia ter sido evitada, diz grupo de peritos

O trabalho Covid-19: Torná-lo a Última Pandemia, foi compilado pelo Painel Independente de Preparação e Resposta Pandemia, e tinha com objetivo encontrar respostas sobre como o vírus matou mais de 3,3 milhões de pessoas e infetou mais de 159 milhões em todo o mundo.
Uma das principais conclusões retiradas desta análise independente remete para a declaração de emergência global, que deveria ter sido emitida pela OMS uma semana antes. De acordo com o relatório, o estado de emergência deveria ter sido emitido a 22 de janeiro.
Por outro lado, salienta-se que, no mês seguinte à declaração da OMS, os países não tomaram as medidas adequadas para travar a propagação do vírus.
A OMS, impedida pelos seus próprios regulamentos, também “errou” ao considerar que as restrições de viagem deveriam ser um último recurso. "Se as restrições de viagem tivessem sido impostas mais rapidamente, mais amplamente, mais uma vez isso teria sido uma inibição grave na transmissão rápida da doença e isso permanece o mesmo hoje", disse Helen Clark, copresidente do painel e ex-primeira-ministra neozelandesa.
Segundo o painel independentes, Europa e os EUA também “desperdiçaram todo o mês de fevereiro e agiram apenas quando os seus hospitais começaram a encher”.
Quando os países se deveriam estar a preparar os seus sistemas de saúde para um afluxo de pacientes com Covid, grande parte do mundo correu desenfreadamente atrás de equipamentos de proteção e medicamentos, diz o relatório.
Para evitar outra pandemia catastrófica, o relatório deixa algumas recomendações, como a criação de um novo conselho de ameaças globais com poder de responsabilizar os países, a criação de um sistema de vigilância da doença para publicar informação sem necessitar da aprovação dos países em causa.
Por outro lado, recomendam que as vacinas sejam classificadas como bens públicos e que deve haver uma facilidade de financiamento durante uma pandemia.
O painel apela ainda a melhores processos e estruturas para detetar o próximo agente patogénico altamente infecioso. Bem como um melhor financiamento para a Organização Mundial de Saúde de modo a torna-la mais forte.