País terá capacidade de administrar até 150 mil vacinas por dia

Não faria sentido mudar as prioridades porque não há vacinas”, afirmou o responsável, lembrando que a forma como as pessoas foram priorizadas para serem vacinadas “tem muito a ver com os riscos e patologias”.
Entrevistado pela TVI, Henrique Gouveia e Melo mostrou-se desfavorável a que a estratificação passe a ser feita por idades, alegando estudos que defendem que “atacar as comorbilidades salva mais pessoas do que atacar por faixas etárias decrescentes”.
O responsável admitiu ainda que, a manter-se um cenário de escassez de vacinas, a produzida pela AstraZeneca possa ser administrada a pessoas com mais de 65 anos.
À estação de televisão, o novo coordenador da task force admitiu que o “o país tem capacidade para um ritmo muito elevado de vacinação, e vamos fazê-lo, assim haja vacinas para isso”, estimando que o país, usando a capacidade máxima, consiga administrar “entre as 100 e as 150 mil vacinas por dia, em períodos normais e nos fins-de semana duplicar isso”.
Numa altura em que o ritmo de vacinação ronda as “22 mil vacinas por dia”, o Henrique Gouveia e Melo prevê que, no segundo trimestre do ano, “se vierem as vacinas que estão contratadas e que se pensam que virão, o ritmo aumentará para cerca de 80 a 81 mil vacinas por dia”.
A este propósito, Henrique Gouveia e Melo afirmou ainda que Portugal conta atualmente com 910 postos de vacinação prontos a atuar, nos centros de saúde, número que poderá ser alargado para 1.200 postos.
Trata-se, segundo o coordenador do plano de vacinação, de “uma malha que atinge de forma muito capilar a população portuguesa, está espalhada no território nacional” e “pronta para trabalhar”.
Com o aumento do número de vacinas, no segundo trimestre no ano, admite a necessidade de encontrar “soluções” como “postos de vacinação massiva, alargar os períodos aos fins-de-semana ou usar outros agentes que possam vacinar, como por exemplo as farmácias”.
O vice-almirante que quer chegar ao período de maior capacidade de vacinação “sem improvisações”, assegurou ainda que a Task Force da vacinação continuará a “fechar a norma” para impedir mais casos de vacinação abusiva.
“Em cada mil vacinas que foram administradas houve uma que não temos a certeza se cumpriu com as regras”, afirmou, sublinhando que “é preciso ter ideia desta proporção”.