Ordem alerta o Governo que a falta de nutricionistas nos cuidados de saúde é um problema crónico
Alexandra Bento afirma que a abordagem necessária para combater a obesidade implica uma “aposta clara na prevenção, através da implementação de políticas de saúde pública; na identificação e intervenção precoce, de modo a melhorar a probabilidade de sucesso do tratamento; e em modelos de prestação de cuidados de saúde capazes de dar resposta eficaz às necessidades destes indivíduos.” No entanto, para a Ordem, sem os nutricionistas nos locais certos, como nos centros de saúde e nos hospitais, “será muito difícil conseguir inverter esta tendência”.
De acordo com o relatório “The Heavy Burden of Obesity – The Economics of Prevention” da OCDE, realizado em 2019, em Portugal, 10% da despesa da saúde é utilizada para o tratamento de doenças relacionadas com excesso de peso, uma percentagem superior à média dos países da OCDE (8,4%). Segundo este estudo, estima-se que, entre 2020 e 2050, o excesso de peso e as doenças associadas possam contribuir para uma diminuição da esperança média de vida em 2,2 anos.
“A obesidade é um dos principais problemas de saúde pública à escala mundial e, apesar ser uma doença multifatorial, a alimentação inadequada surge com uma das suas inquestionáveis e principais determinantes, pelo que é fundamental que existam respostas adequadas a esta problemática”, salienta Alexandra Bento, recordando que, no que respeita à COVID-19, existem dados que indicam que quem tem peso em excesso tem um pior prognóstico da doença.
Este ano, o Dia Mundial da Obesidade tem como tema “Every Body needs everybody”, que pretende salientar a necessidade de uma abordagem integrada que englobe intervenções ao nível dos hábitos alimentares, salientando o papel dos nutricionistas como profissionais indicados para combater a obesidade.