O impacto dos princípios regulamentares e colaborações tecnológicas para a eficiência foram a debate
Dando a conhecer a perspetiva da indústria farmacêutica, Catarina Pecorelli, Affiliate Quality Head / Matrix Catalyst Quality & SHE da Roche, em representação da APIFARMA, partilhou o ponto de situação sobre o Regulamento dos Dispositivos Médicos para Diagnóstico in Vitro (RDMDV), que estabelece as regras aplicáveis à colocação, disponibilização no mercado ou entrada em serviço desses mesmos dispositivos para uso humano e dos respetivos acessórios na UE.
Nesse sentido, foram discutidas as principais alterações que advêm do regulamento atual, nomeadamente o alargamento do âmbito de aplicação, a reclassificação de acordo com o risco, a implementação do UDI e o maior envolvimento dos Organismos Notificados.
De seguida, foram abordadas as alterações ao Regulamento 2017/747, que se deveram à crise de saúde pública, à complexidade do regulamento, à capacidade limitada dos organismos notificados e à indisponibilidade de recursos para os dispositivos fabricados in-house, e também os processos de transição RDIV para os Fabricantes, Distribuidores e Importadores.
Plano Estratégico do Setor da Saúde na GS1 Portugal
No mesmo contexto, Sofia Perdigão, Gestora de Saúde da GS1 Portugal, apresentou as principais orientações do Plano Estratégico Global da GS1 Healthcare, bem como a sua adaptação à realidade da GS1 Portugal.
A GS1 Healthcare prevê um futuro em que o setor da saúde atinge uma implementação harmonizada de standards globais nas transações comerciais e nos processos clínicos, permitindo interoperabilidade, elevada qualidade e eficiência na execução de cuidados de saúde para benefício do paciente.
Nesse sentido, começou por ter como foco a cadeia de abastecimento e a qualidade dos dados, entre 2005 e 2006; mais tarde, entre 2016 e 2022, uniu os seus esforços para contribuir para a melhoria da segurança do paciente; e, atualmente, adiciona ainda às suas prioridades, entre 2023 e 2027, a transformação digital.
Como sublinhou a representante da GS1 Portugal, o plano estratégico da organização para o setor da saúde, a nível local, está em linha com a missão da GS1 Healthcare e tem em conta sete pilares de ação: implementação de standards, parceiros tecnológicos, identificação da embalagem primária, tecnologias emergentes, utilização de um código único, interoperabilidade e stakeholders.
Inovação Sustentável: Transportes verdes no Setor da Saúde
A 39.ª edução do Healthcare User Group contou ainda com a intervenção de Catarina Silva, Head of Marketing & Communication da Addvolt, que destacou a importância dos transportes sustentáveis no setor da saúde, nomeadamente com inclusão de bateria Addvolt, o primeiro plug-in hybrid do mundo.
De acordo com a especialista, a transformação digital, as pessoas, os custos de energia e uma maior autonomia nas operações são as principais necessidades de inovação no setor farmacêutico, o que acarreta desafios nomeadamente ao nível da eficiência, dos custos e da sustentabilidade.
Tendo isto em conta, a representante da Addvolt fez o enquadramento da logística de frio na indústria farmacêutica, que tem como principal objetivo criar uma logística mais eficiente e inteligente.
Alegações ambientais & Greenwashing
Ainda no âmbito da sustentabilidade, Marta Résio, Gestora de Comunicação da GS1 Portugal enquadrou as alegações ambientais enquanto instrumento de prevenção de greenwashing. Articulando a relação do tema com a Diretiva de Reporte Corporativo de Sustentabilidade (CSRD), a Diretiva de Alegações Ambientais (Green Claims Directive) e, no contexto nacional, com o guia “Alegações Ambientais na Comunicação Comercial”, a representante da GS1 Portugal partilhou a agenda pública e mediática no que diz respeito à sustentabilidade e deu a conhecer o conceito de greenwashing.
Como sublinhou, Greenwashing consiste na prática de posicionamento enganoso de um bem, associando-o a um impacto ambiental positivo, sem que essa característica tenha correspondência de facto, visando atrair mais consumidores, sobretudo os que a valorizam.
A Diretiva Green Claims propõe-se minimizar as situações de greenwashing, sobretudo na comunicação promocional e publicitária das organizações, visando evitar declarações veiculadas que sugiram que produtos ou serviços reúnem atributos com impacto positivo ou menos nocivo no ambiente, sem o conseguirem demonstrar. Nesse sentido, contribuirá para melhorar a rotulagem, acabar com as alegações enganosas e capacitar os consumidores para a transição ecológica.
Fazendo a ponte com a CSRD, foi apresentado o Relatório de Sustentabilidade enquanto ferramenta que carecerá, na maioria dos casos, da inclusão de algumas das alegações reguladas pela Diretiva de Alegações Ambientais, consubstanciando ambas, em articulação, instrumentos que impulsionam e regulamentam a forma como as empresas reportam o seu impacto.
O encerramento do evento foi da responsabilidade de Raquel Abrantes, da GS1 Portugal, que partilhou os próximos eventos da GS1 Portugal com impacto no setor da saúde, a nível nacional e internacional.