Mulheres idosas apresentam pior prognóstico depois de sofrerem um trauma, diz estudo
Partindo de uma base de dados com cerca de 700 doentes com trauma, com idades compreendidas entre os 13 e os 100 anos, os autores deste trabalho analisaram as características de 262 sobreviventes seis meses após o trauma, com o objetivo de determinar a influência do sexo, da idade, do tipo de trauma e da duração do internamento na incapacidade, na cognição (atenção, memória e componente verbal) e na qualidade de vida (mobilidade, autocuidado, atividades habituais, dor/desconforto ansiedade/depressão).
Após esta análise, os investigadores descobriram que cerca de metade dos sobreviventes ficam com uma incapacidade marcada, com problemas cognitivos moderados a graves e com uma baixa qualidade de vida. As mulheres mais velhas e com mais tempo de internamento numa Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) e no hospital são as que apresentam um pior prognóstico.
Neste trabalho, a equipa de investigadores do CINTESIS, em colaboração com dois investigadores do Centro Hospitalar Universitário do Porto e da Universidade de Linköping, na Suécia, desenvolveu ainda o “score” GHOST, (Global Health Outcome Score after Trauma), o primeiro capaz de identificar os sobreviventes de trauma que terão previsivelmente pior diagnóstico, independentemente do trauma sofrido.
A aplicação deste novo “score” pode permitir aos profissionais de saúde um melhor conhecimento das necessidades destes doentes e um planeamento da reabilitação mais adequada após o internamento em Cuidados Intensivos e à alta hospitalar.