Movimento pela Continência promove sessões de fortalecimento do pavimento pélvico em ginásios
“A incontinência urinária tem consequências absolutamente devastadoras para a vida dos afetados. Desde faltas ao trabalho até às implicações a nível pessoal e social, é uma patologia que, apesar de ser conhecida por muitos, está ainda envolta num estigma profundo. Perder a capacidade de controlar a urina não é normal, mas também não é motivo de vergonha!”, alerta Joana Oliveira, presidente do Movimento pela Continência e Disfunção Pélvica.
A pensar nisto, o Movimento alia-se aos ginásios Level Health Club, em Almada, e Mais Fit, em Vila Nova de Gaia, para mostrar os benefícios do exercício físico no reforço do pavimento pélvico, como forma de prevenção ou tratamento. “A incontinência urinária tem cura em cerca de 85% dos casos e esta percentagem é tanto maior quanto mais precoce for o diagnóstico e a consequente adoção do tratamento adequado.", defende Joana Oliveira.
Inês Alves, club manager do ginásio Mais Fit Gaia, explica que: “Tendo em conta a prevalência da patologia na população portuguesa, achamos importante informar e orientar sobre as possibilidades de intervenção. Enquanto agentes promotores de saúde, como profissionais especializados em exercício físico, faz parte da nossa missão informar e intervir em todos os aspetos que melhorem a qualidade de vida das pessoas, bem como na prevenção de patologias”.
“No Level Health Club de Almada conceptualizamos o ginásio como um espaço de e para a saúde, orientando o nosso trabalho diário no sentido da promoção da mesma, numa perspetiva eclética e multidisciplinar. O exercício físico, devidamente orientado, pode ter um papel muito importante na prevenção e intervenção ao nível das disfunções pélvicas, numa estreita articulação com as equipas médicas e com os fisioterapeutas. Assumimos como sendo também nossa a responsabilidade de promover a consciencialização global sobre esta temática, diminuir o estigma tantas vezes associado e potenciar a acessibilidade aos cuidados de saúde indicados em cada situação.”, afirma Ema Lima das Neves, diretora do Level Health Club de Almada.
Existem vários tipos de tratamento, como o farmacológico, o cirúrgico e a reeducação pélvica, que possibilitam um regresso à normalidade para quem sofre destas patologias. Os tratamentos conservadores devem estar presentes em todas as fases da doença, mas quando estes falham a esperança não está perdida. A estimulação dos nervos sagrados (neuromodulação), uma técnica minimamente invasiva que consiste na implantação de um pequeno neuroestimulador que poderá ter apenas 3 cm e permite controlar a bexiga através do telemóvel. “Através do diagnóstico precoce, é possível adotar tratamentos conservadores, como a reedução pélvica ou o tratamento farmacológico, mas existe esperança mesmo em casos mais avançados, o importante é pedir ajuda!”, remata a presidente do movimento.
A nível mundial, mais de 200 milhões de pessoas são afetadas por incontinência urinária, tendo esta patologia sido identificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um problema de saúde pública. Segundo a Associação Portuguesa de Urologia, estima-se que a incontinência urinária afete 600 mil pessoas nas várias faixas etárias em Portugal. O sexo feminino, entre os 45 e 65 anos, é o mais afetado por este tipo de incontinência em específico, sendo que a proporção de casos de IU é de 3 mulheres para cada homem.
Criar visibilidade para os problemas associados à continência e disfunção do pavimento pélvico, encorajando o debate público e aberto e a quebra de estigma e tabus associados a estas doenças são assim os principais objetivos do Movimento pela Continência e Disfunção Pélvica, que se estreou este ano nas plataformas online, de forma a chegar a mais doentes. Pretende ainda ser a voz dos doentes e ser ouvido pela sociedade e pelos poderes políticos, incentivando ainda à alteração da lei de incapacidade.
Para mais informação, consulte as contas oficiais de Facebook e Instagram do Movimento.