Mortes por tuberculose aumentaram na Europa pela primeira vez em 20 anos
“Por um lado, o atraso no diagnóstico, motivado, em grande parte, pela demora na procura de cuidados de saúde pelos utentes durante a pandemia e pela maior dificuldade no acesso aos mesmos, o que condiciona formas mais graves de doença na altura do diagnóstico. Por outro lado, há que considerar que a tuberculose pode infetar qualquer pessoa, mas principalmente os mais vulneráveis, com múltiplas comorbilidades (DPOC, diabetes, neoplasia, VIH, entre outras) e extremos das faixas etárias, que apresentam maior risco de doença grave”, declaram Conceição Gomes e Joana Carvalho, membros da Comissão de Trabalho de Tuberculose da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, em comunicado.
Em Portugal, de acordo com os dados relativos ao ano 2020 do relatório de vigilância e monitorização da tuberculose da DGS, também se verificou um incremento da mortalidade: 8% (94 casos); no ano 2019 este valor foi de 7%. A totalidade dos doentes em que ocorreu o óbito apresentavam fatores de risco ou comorbilidades. “É também importante salientar, de acordo com os dados do mesmo relatório, um aumento no atraso do diagnóstico de tuberculose em Portugal, situando-se atualmente nos 80 dias. Este atraso condiciona não só formas de apresentação da doença mais graves na altura do diagnóstico e, portanto, com mais sequelas, como uma maior disseminação da doença na comunidade”, salientam.