Monitorização dos níveis de atividade física duplicou nos centros de saúde
O relatório do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física, da Direção-Geral da Saúde (DGS), relativo a 2021, revela que, desde que foram disponibilizadas ferramentas digitais para a avaliação da atividade física (final de 2017), realizaram-se mais de 261 mil consultas com estas informações, 23,2% das quais no último ano.
De acordo com o documento divulgado hoje, 6 de abril, Dia Mundial da Atividade Física, na sequência das avaliações nos cuidados de saúde primários, foram emitidas 42.645 guias de aconselhamento breve para a promoção da atividade física (+18% num ano).
Entre 2017 e 2019 houve um aumento “bastante expressivo” da proporção de utentes avaliados a nível nacional, atingindo um pico em 2019 (1.031 utentes avaliados por cada 100.000) e que nos anos de 2020 e 2021, “coincidindo com o período de pandemia por covid-19 e maior volume de trabalho decorrente por parte dos profissionais de saúde, este valor reduziu para 2/3”.
Em relação ao nível da atividade física de utentes com 15 anos ou mais, e aquando da primeira avaliação, os níveis registados em revelam que 32,8% dos utentes avaliados atingia a recomendação de prática de, pelo menos, duas horas e meia (150 minutos) semanais de atividade física de intensidade moderada.
À semelhança de estudos representativos da população, o nível de atividade física semanal diminui com o aumento da idade e os homens mais ativos ao longo de todo o ciclo de vida.
Segundo a DGS, o resultado do uso das ferramentas digitais de avaliação e aconselhamento, integradas nos sistemas eletrónicos de apoio às consultas, nos Cuidados de Saúde Primários demonstra que, entre 2017 e 2021, “os utentes a quem foi realizada uma segunda e terceira avaliações da atividade física evidenciaram uma tendência de aumento do seu nível de atividade física ao longo do tempo”.
Além do seu papel preventivo fundamental, a prática de atividade física contribui para o atraso da progressão de diversas doenças crónicas não transmissíveis, “nomeadamente de sete grupos importantes de patologias: cardiovasculares, oncológicas, pulmonares, metabólicas, psiquiátricas, neurológicas e musculoesqueléticas”.
O documento sublinha a importância de ter políticas públicas de saúde que traduzam uma “estratégia robustecida” para a redução das desigualdades em saúde e lembra as novas recomendações globais para a atividade física e comportamento sedentário, lançadas em 2020 pela Organização Mundial da Saúde, segundo as quais “cada movimento conta”.
Apesar de se observar um “aumento muito ténue” da incidência de utilização destas ferramentas digitais de aconselhamento entre 2020 e 2021, “existe uma necessidade clara de promoção destas práticas nos cuidados de saúde ao longo dos próximos anos”, destaca o relatório.
Nos objetivos para futuro, é definida a necessidade de continuar a promover a literacia em saúde ao longo do ciclo de vida e aponta para a reativação da campanha nacional “Siga o Assobio – A atividade física chama por si”.