Dados publicado no The Lancet

Misturar vacinas Covid-19 leva a mais reações, diz estudo

De acordo com um estudo realizado no Reino Unido, com o objetivo de retirar conclusões sobre a utilização combinada de várias vacinas contra a Covid-19, os voluntários que receberam uma dose de Vaxzevria da AstraZeneca, seguida da BNT162b2 da Pfizer/BioNTech, ou vice-versa, eram mais propensos a desenvolver reações, em comparação com aqueles que receberam a mesma vacina no combate à doença. As conclusões do ensaio Com-COV, liderado pela Universidade de Oxford, que começou em fevereiro, foram publicadas esta quarta-feira no The Lancet.

Para esta análise os investigadores recolheram os dados de 830 participantes, com idade igual ou superior a 50 anos, nos sete dias seguinte à inoculação. Os voluntários foram selecionados aleatoriamente para testar combinações de Vaxzevria e BNT162b2 dadas como duas doses, com quatro semanas ou 12 semanas de intervalo.

Sintomas descritos entre leves a moderados

Os investigadores disseram que aqueles que receberam Vaxzevria seguida pela BNT162b2 como a segunda dose, ou as mesmas vacinas, mas na ordem inversa, eram mais propensos a experimentar reações leves ou moderadas. 34% dos participantes a quem foram inoculadas as duas vacinas reportaram febre nos sete dias após a toma, enquanto que naqueles que apenas tomaram as duas doses da mesma vacina, apenas 10% relatou sintomas febris.

Entre os dados BNT162b2 seguidos pela Vaxzevria, a taxa de febrilidade foi de 41%, contra 21% para as pessoas que obtiveram BNT162b2 em ambas as ocasiões.

Os investigadores disseram que foram observados aumentos semelhantes para calafrios, fadiga, dor de cabeça, dores nas articulações, mal-estar e dor muscular. A maior parte deste aumento da reactogenicidade ocorreu nas 48 horas após a imunização. Além disso, não houve internamentos devido a sintomas solicitados, e nenhum caso de trombocitopenia em qualquer grupo no dia 7 após a toma da segunda dose. Os perfis de hematologia e bioquímica eram também semelhantes entre os horários das vacinas mistas e não misturados.

As reações podem ser mais altas entre os grupos mais jovens

A equipa de Oxford disse ser "reconfortante" que os sintomas induzidos pela vacina fossem de curta duração e que os dados limitados não suscitavam preocupações. No entanto, salientaram que os dados foram obtidos em participantes mais velhos, e "a reactogenicidade pode ser maior em grupos etários mais jovens para os quais está a ser defendido um calendário misto de vacinação na Alemanha, França, Suécia, Noruega e Dinamarca" entre os que receberam a vacina de AstraZeneca como primeira dose, tendo em conta as preocupações relativas à trombocitopenia trombolítica.

O investigador-chefe Matthew Snape disse que é importante que não existam preocupações de segurança, mas ainda não é claro se as respostas imunitárias serão afetadas pela adoção de uma abordagem de mistura e correspondência. "Esperamos reportar estes dados nos próximos meses. Entretanto, adaptámos o estudo em curso para avaliar se o uso precoce e regular do paracetamol reduz a frequência destas reações", disse o investigador. 

Em abril, os investigadores expandiram o programa para incluir mais duas vacinas coronavírus, o mRNA-1273 da Moderna e o NVX-CoV2372 da Novavax, num novo estudo apelidado de Com-COV2, acrescentando mais 1050 voluntários ao programa.

Fonte: 
FirstWord Pharma
Nota: 
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