Medicamentos biossimilares trazem “ganhos de eficiência em todo o sistema de saúde”
Segundo a Presidente da direção da APOGEN, Maria do Carmo Neves, os resultados do estudo realizado pela ENSP-NOVA “são um excelente ponto de partida para continuarmos a gerar maior acesso à saúde num contexto em que existe um desfasamento entre as necessidades e a capacidade de resposta do sistema”. E acrescenta “Apesar do trabalho excecional do Infarmed para a adoção dos medicamentos biossimilares em Portugal queremos contribuir para tornar a Saúde “melhor e mais justa” hoje e para as gerações futuras. A solução passa por promover ganhos de eficiência em todo o sistema de saúde e particularmente no SNS. Os medicamentos biossimilares são uma alternativa válida para este propósito, porque promovem a concorrência e a subsequente maior acessibilidade, com impacto na sustentabilidade e no acesso, sem alterar a qualidade dos cuidados, o que os torna verdadeiramente opções terapêuticas mais custo-efetivas”.
As recomendações apresentadas por Julian Perelman, Professor Associado e Investigador da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa e coordenador do estudo focam-se em:
1. Gerir antecipadamente a comunicação e a formação dos profissionais de saúde nos hospitais do SNS sobre medicamentos biossimilares em novas áreas terapêuticas de modo a facilitar a sua adoção assim que o medicamento biossimilar esteja disponível.
2. Promover esclarecimentos e ORIENTAÇÕES pelo Ministério da Saúde à medida que vão surgindo novos medicamentos biossimilares de modo a gerar mais confiança e facilitar a sua utilização.
3. Reforçar as ações de literacia junto dos profissionais de saúde sendo prioritário partilhar evidências científicas que ajudem a superar as barreiras ainda existentes em relação aos medicamentos biossimilares.
4. Incluir na formação dos profissionais de saúde o paradigma da biossimilaridade, o papel dos medicamentos biossimilares na eficiência e sustentabilidade do SNS e acesso dos doentes aos cuidados de saúde que necessitam.
5. Reforçar o papel e a relação da Comissão de Farmácia e Terapêutica com os conselhos de administração dos hospitais do SNS.
Com o objetivo de dar um contributo aos principais decisores na área do medicamento que ajude na definição e execução de políticas de saúde, o estudo realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa foi realizado em duas fases. A primeira teve como base a análise de dados quantitativos de consumo no mercado nacional e a segunda num inquérito online a todos presidentes das Comissões de Farmácia e Terapêutica (CFT), assim como a todos os diretores dos serviços farmacêuticos dos 48 hospitais do SNS (incluindo os hospitais em parceria público-privada), para avaliar as suas opiniões sobre medicamentos biossimilares, barreiras e facilitadores da sua adoção.