Manutenção do peso a longo prazo é um dos principais desafios na luta contra a obesidade
Vários especialistas nacionais e internacionais vão reunir-se em Lisboa para partilhar várias perspetivas sobre o combate ao aumento de peso depois de um tratamento da obesidade e manutenção do peso, focando a importância de aspetos como a nutrição e a atividade física. Será também debatido o programa “NoHow”, um projeto criado por especialistas do Reino Unido que reúne uma série de ferramentas que permitem a manutenção do peso perdido.
Carlos Oliveira, Presidente da Adexo refere que “uma das principais dificuldades do tratamento da obesidade prende-se com o facto de haver muitas pessoas que recuperaram o peso que perdem. É por que isso que nos juntamos a especialistas médicos portugueses e de outros países da Europa para debater estratégias de manutenção da perda de peso, que é realmente difícil mas muito importante num combate eficaz à obesidade”.
O presidente da Adexo lembra ainda: “os problemas de saúde associados à obesidade são um grande desafio e representam um grande fardo para o nosso sistema de saúde. Os programas de perda de peso existem e funcionam, apesar de ainda estarmos longe de conseguir responder às reais necessidades do país: as listas de espera para cirurgia continuam a aumentar e ainda não dispomos de comparticipação para os tratamentos farmacológicos, duas situações que nos preocupam”.
Entre 2020 e 2050 o excesso de peso e as doenças associadas vão reduzir a esperança de vida em cerca de três anos na média dos países da OCDE e da União Europeia a 28. Em Portugal, a estimativa aponta para uma redução de 2,2 anos nesse período, segundo o relatório The Heavy Burden of Obesity: The Economics of Prevention, que a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgou recentemente.
A obesidade tem um enorme impacto na saúde, estando associada a mais de 200 outras doenças, como diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, apneia do sono, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares, incontinência urinária, e cerca de 13 tipos de cancros, sendo ainda responsável por alterações musculoesqueléticas, infertilidade, depressão, diminuição da qualidade de vida e mortalidade aumentada, o que faz com que constitua um grande encargo económico, motivado pelos seus custos diretos e indiretos.
Esta doença complexa e multifatorial é um dos principais problemas do século XXI, tendo já atingido proporções epidémicas.