Mais de 95% dos portugueses já sentiu dores de costas ao longo da sua vida
Os dados foram recolhidos à margem de um rastreio desenvolvido no âmbito da campanha “Olhe Pelas Suas Costas” e pretendeu-se avaliar a prevalência da dor relacionada com a coluna vertebral na população portuguesa, bem como as ações preventivas adotadas por cada indivíduo. Neste sentido, cerca de 80% indica ter procurado ajuda profissional para fazer face a esta condição, sendo que cerca de 75% confirmou já ter recorrido à medicina tradicional (Medicina Geral e Familiar, Ortopedia, Neurocirurgia, Fisiatria, ou outros); 15% procurou ajuda de fisioterapia e 10% optou por recorrer a osteopatia.
As dores de costas podem ser consequência de inúmeros fatores, entre eles, o estilo de vida sedentário, com ausência da prática de exercício físico no topo da lista. Contudo, também fatores biológicos, como o desgaste do disco intervertebral, determinadas doenças ósseas, ou fatores psicológicos, como o stress e a depressão podem estar associados à manifestação destas dores.
Segundo o coordenador da campanha “Olhe pelas Suas Costas”, o Professor Doutor Rui Duarte, “A dor de costas pode instalar-se de forma gradual, ou, em alguns casos, pode surgir repentinamente, mas, é fundamental que os doentes sejam avaliados, atempadamente, por um médico, como forma de encontrarem as soluções mais indicadas para o seu caso”.
As dores de costas têm um forte impacto na qualidade de vida, sendo que, em alguns casos, podem mesmo vir a ser incapacitantes. Ainda segundo dados recolhidos durante este estudo, cerca de 24% dos inquiridos afirma já ter faltado ao trabalho devido a esta condição.
“A ajuda médica é necessária, uma vez que quem sofre com dores de costas vê a sua mobilidade ficar mais limitada, dia após dia, e também perde qualidade de vida”, acrescenta o Professor Doutor Rui Duarte. “Como forma de prevenção, existem alguns comportamentos que devem ser adotados, como a prática de exercício físico ativo e regular, já que fortalecer os músculos abdominais e das costas ajudam a coluna a desempenhar a sua função de suporte, prevenindo, assim o aparecimento e agravamento da sintomatologia”, finaliza o Coordenador da campanha.
O estudo contou com a participação de 579 indivíduos, dos quais 57,5% são do género feminino e 42,5% são do género masculino. Relativamente aos intervalos de idades, 28,3% situava-se no intervalo entre os 40 e os 49 anos, 21,1% no intervalo entre os 30 e 39 anos, 16,9% entre os 20 e os 29 anos, 14,9% entre os 50 e os 59 anos e 11,1% entre os 60 e 69 anos, sendo que os restantes se distribuíram por outros intervalos menos relevantes.
A campanha “Olhe Pelas Suas Costas” tem como principal objetivo aumentar o grau de sensibilização da população portuguesa para as principais doenças que afetam a coluna vertebral e conta com o apoio científico Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV), Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPN), Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT), Associação Para o Estudo da Dor (APED), Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral (APMGF) e Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação (SPMFR), bem com o apoio da Medtronic Portugal.