Mais de 66% das empresas portuguesas não apoia a prática desportiva como benefício para os seus colaboradores
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É feito um comparativo entre os hábitos desportivos pré e pós pandemia, tendo a pesquisa sido feita com 50 mil cidadãos, de 20 cidades distintas, entre 18-65 anos e de todas as classes sociais. Para entender a relação dos empregadores com a oferta de um benefício desportivo para os seus colaboradores, o estudo também incluiu 5 mil empresas do país, de pequeno, médio e grande porte.
Uma das conclusões mais relevantes do estudo é que a procura pelo desporto responde principalmente à necessidade de bem-estar físico e mental, libertação de stress e controlo de peso. Em números, nota-se que a população portuguesa quer manter-se mais ativa, com um aumento de 23% para 27% de quem pratica exercício físico pelo menos 1x por semana e uma queda de 29% para 24% entre os que não praticavam nunca, no período pré-pandemia e atual.
Com o fim da obrigatoriedade do teletrabalho, começam a construir-se novas rotinas, que não serão iguais às de antes da pandemia, nem às dos momentos de confinamento. Por isso, a preocupação com o bem-estar e o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, continua a ser um tema de preocupação.
Quando questionados sobre o incentivo ao desporto dado pelas empresas, os resultados vão contra das expectativas. Segundos os colaboradores, 69% das empresas não apoiam a prática do desporto. Quando o fazem, é principalmente fora do local de trabalho ou através de horários de trabalho flexíveis. Apenas 8% paga 100% de algum benefício deste género.
Existe uma diferença estatisticamente relevante entre as perceções que as empresas e colaboradores têm sobre o apoio dado para a prática desportiva; as empresas acreditam que fazem mais do que aquilo que os seus colaboradores pensam. Numa perspetiva empresarial, 66% das empresas não apoia a prática do desporto junto dos seus colaboradores. Enquanto 28% afirma proporcionar flexibilidade de horário, 10% paga 100% do custo. do ponto de vista das empresas, o apoio ao desporto é feito 34% fora do local de trabalho e 25% no próprio local.
As empresas de grande porte são as que estão mais suscetíveis a investir neste tipo de benefício e, entre as que participaram do estudo, apenas 2% tende a aumentar o apoio à prática desportiva dos seus funcionários nas novas dinâmicas laborais.