IPO do Porto introduz técnica menos invasiva para tratamento do cancro de pulmão
Trata-se de uma segmentectomia anatómica por VATS (video-assisted thoracoscopic surgery), uma intervenção cirúrgica realizada no IPO do Porto desde 2019, mas agora com recurso a ferramentas cirúrgicas e tecnológicas mais eficazes que permitem aumentar a precisão da resseção e, consequentemente, diminuir o risco de infeção e outras complicações para o doente.
«Esta é uma técnica inovadora, já existente em Portugal, mas que estamos a aplicar pela primeira vez na cirurgia torácica no IPO do Porto. Intraoperatoriamente, após a laqueação dos ramos arteriais, injetamos no doente uma substância (verde de indocianina) que vai delimitar por imunofluorescência e com mais rigor, a zona da árvore pulmonar que mantém irrigação e a zona do segmento pulmonar a ressecar», explica Gonçalo Paupério, diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do IPO do Porto, assegurando que desta forma é possível extrair o tumor de forma mais precisa.
«A introdução desta nova opção cirúrgica permite-nos, por um lado, definir com maior precisão o plano do segmento a ressecar e oferecer menor risco de complicações para o doente, nomeadamente infeções e enfartes pulmonares, assegurando assim melhor recuperação para o doente», esclarece o cirurgião.
Em 2021, o Serviço de Cirurgia Torácica realizou 22 segmentectomias anatómicas por VATS. De acordo com Gonçalo Paupério, «este ano vamos assistir no IPO do Porto a uma intensificação deste tipo de cirurgias, porque o serviço está empenhado em mudar o paradigma e adotar estratégias cirúrgicas cada vez menos invasivas e mais inovadoras».