Impacto da pandemia

Investigadores querem avaliar qualidade de vida e sofrimento moral dos profissionais de saúde

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), do CINTESIS e do INED (ESE.IPP) está a auscultar médicos e enfermeiros sobre os fatores associados à qualidade de vida profissional e ao sofrimento moral em profissionais de saúde, durante a pandemia de Covid-19.

Este estudo incide sobre médicos e enfermeiros que exerçam a sua atividade em hospitais portugueses, públicos ou privados, em contexto de Urgência, Cuidados Intensivos e Intermédios ou Internamento. Incluem-se aqui profissionais que lidam ou não com doentes infetados com SARS-CoV-2.

Através de um questionário online, pretende-se “conhecer e compreender os fatores que influenciam positiva ou negativamente a qualidade de vida no trabalho” destes profissionais.

“A pandemia colocou novos desafios aos profissionais de saúde, que podem ter desenvolvido sintomas psicológicos como medo, insegurança, ansiedade e fadiga por compaixão”, refere Ivone Duarte, professora da FMUP, investigadora do CINTESIS e coordenadora do projeto, juntamente com Carla Serrão (INED).

Segundo esta equipa multidisciplinar, a “fadiga por compaixão” pode afetar a saúde física, o desempenho e a eficiência dos profissionais e até aumentar a probabilidade de erros, com consequências na qualidade da prestação de cuidados.

O estudo vai avaliar ainda o “sofrimento moral” destes profissionais, decorrente, por exemplo, da impossibilidade de decidirem ou agirem da forma que seria eticamente mais apropriada. Essa incapacidade pode resultar, por exemplo, de “obstáculos institucionais”.

O objetivo é que o estudo forneça dados de forma a “promover ações para a prevenção e tratamento da fadiga por compaixão, potenciar a satisfação profissional e a redução do stresse traumático secundário e do burnout”. Para que deste modo seja possível “melhorar os níveis de desempenho dos profissionais, nomeadamente através de uma maior eficiência, eficácia e qualidade na prestação de cuidados de saúde”.

 

Fonte: 
Universidade do Porto
Nota: 
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Foto: 
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