Investigação que estuda relação entre menopausa, microbioma intestinal e as hormonas sexuais femininas é premiada
De acordo com a investigadora, “há estudos recentes que apontam para uma ligação entre a menopausa e a comunidade de milhares de milhões de microrganismos presentes no intestino e que desempenham um papel crucial na digestão, na função imunitária e no desenvolvimento cognitivo, contribuindo assim para a saúde em geral”. Além disso, sublinha, que o microbioma intestinal tem também uma função de destaque no processamento do estrogénio, o que afeta os níveis desta hormona no organismo da mulher, especialmente na menopausa. As escolhas de estilo de vida, incluindo a dieta, podem resultar numa mudança positiva do número e tipo de bactérias intestinais, potencialmente reduzindo o risco de doença nas mulheres pós-menopausa.
“O principal objetivo do AGEWISE é utilizar algoritmos de Inteligência Artificial para analisar dados biológicos e de estilo de vida, criando um perfil de risco personalizado para doenças relacionadas com a menopausa”, revela Ana Almeida. A investigadora lembra que “a menopausa é uma fase de grande importância na vida das mulheres, cuja diminuição dos níveis de estrogénio acarreta um risco acrescido de doenças crónicas, como as doenças cardíacas e o cancro”. Neste sentido, o que a equipa vai procurar, através da investigação, é melhorar a saúde das mulheres durante o envelhecimento, o que representa um passo crucial para descobertas inovadoras no apoio às mulheres durante a menopausa.
A investigação vencedora da 5.ª edição da Bolsa Nacional para Projetos de Investigação em Microbiota, atribuída pela Biocodex Microbiota Foundation, pretende revolucionar a deteção precoce e a gestão das doenças relacionadas com a menopausa através do desenvolvimento de ferramentas inovadoras de diagnóstico por Inteligência Artificial (IA) baseadas no microbioma intestinal.