Iniciativa +INTESTINO quer rastrear cancro para salvar vidas
Em Portugal, morrem 12 pessoas por dia e todos os anos são diagnosticados mais de 11 mil novos casos, existem cerca de 80.000 doentes ativos e 50% da população ainda desconhece os sintomas.
Este é o panorama atual de uma doença que continua a matar, principalmente pessoas de etnia africana, que de acordo com a American Cancer Society têm uma probabilidade de morte aumentada em 40% face a outras etnias 1,2.
Na Europa ainda não existem dados relevantes, pelo que este projeto será um ponto de partida. Consciente da realidade e da importância do diagnóstico atempado, a Europacolon Portugal leva a cabo uma iniciativa de saúde pública, que visa combater a desigualdade no acesso ao rastreio do cancro do intestino, direcionando os seus esforços para a comunidade afrodescendente em Portugal.
“Um dos objetivos passa por sensibilizar para a doença e sua prevenção, uma vez que em 90% dos casos, se detetado precocemente, o cancro do intestino pode ser estabilizado. Um diagnóstico feito a tempo, salva vidas!” afirma Vitor Neves, Presidente da Europacolon Portugal.
O rastreio far-se-á através de uma Unidade Móvel, que circulará em várias freguesias e bairros do Município da Amadora.
A iniciativa realiza-se de 16 a 27 de outubro e tem como principal alvo as pessoas entre os 50 e os 74 anos de idade, pois a probabilidade de desenvolver esta patologia aumenta com a idade (90% dos diagnósticos acontecem acima dos 50 anos).
Por outro lado, é muito importante divulgar que existem barreiras que contribuem para o desconhecimento sobre o cancro colorretal.
Entre eles estão:
O medo de fazer uma colonoscopia e de sair do consultório com uma notícia negativa. Mas a verdade é que quanto mais cedo se fizer o diagnóstico, maior a hipótese de existir um tratamento que estabiliza a doença!
- A falta de confiança no médico ou no sistema de saúde, é outro fator que impede as pessoas de ter um diagnóstico atempado e, logo, mais hipóteses de tratamento;
- A exclusão, a Europacolon Portugal considera que o acesso aos cuidados de saúde deve ser para todos, não deixando de parte as populações mais vulneráveis;
- A vergonha, pelo facto de a doença envolver uma parte do corpo pouco falada
“Uma das principais barreiras à prevenção do cancro do intestino é o acesso limitado aos programas de rastreio. Muitas vezes, as comunidades minoritárias enfrentam desafios específicos, como falta de informação, barreiras linguísticas, falta de acesso ao seu médico de família e dificuldades de transporte”, alerta Vítor Neves.
“Através da Unidade Móvel de Saúde queremos garantir o acesso à prevenção e ao diagnóstico, que cremos deficitário junto destas populações. Vamos aplicar um método que se chama Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes. É um teste fácil e não dói! Esta análise permite identificar a presença de pequenas quantidades de sangue nas fezes. Um resultado positivo tem, obrigatoriamente, de ser confirmado através da realização de uma colonoscopia”, explica o Presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo.
Porque todos temos direito ao acesso aos cuidados de saúde, a Europacolon Portugal vai realizar os testes de forma gratuita.