Estudo inédito

Impacto da afasia nos sobreviventes de AVC

Uma investigação pioneira conduzida pela Ipafasia e ULS de Matosinhos para compreender e melhorar o acompanhamento dos doentes.

A afasia, uma perturbação da linguagem que afeta milhares de pessoas que sofreram um Acidente Vascular Cerebral (AVC), continua a ser subdiagnosticada e pouco compreendida. Para enfrentar este desafio, a IPAFASIA - Instituto Português da Afasia, em parceria com a Unidade Local de Saúde de Matosinhos, vai desenvolver um estudo pioneiro para analisar a incidência e impacto da condição nos sobreviventes de AVC. 

O estudo, que conta com a colaboração da Unidade de AVC do Hospital Pedro Hispano, pretende caracterizar o impacto psicossocial da afasia em sobreviventes de primeiro AVC residentes nos concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, internados naquela Unidade em 2023. 

Os principais objetivos incluem determinar a prevalência de afasia após um primeiro episódio de AVC, identificar as necessidades dos sobreviventes de AVC com afasia e dos seus familiares relativamente a serviços de reabilitação e suporte e determinar o grau de satisfação relativamente aos serviços de saúde e reabilitação a que tiveram acesso desde a admissão hospitalar até ao presente. Só assim será possível identificar lacunas nos serviços disponíveis e propor possíveis soluções, considerando barreiras e facilitadores à sua implementação. 

A investigação será baseada na consulta das bases de dados institucionais para identificar utentes com afasia e mapear o seu percurso clínico. Após a recolha de todas as informações, será realizada uma análise estatística detalhada, cujos resultados serão divulgados em 2026, em formato de relatório e infografias. 

"Este estudo permitirá obter dados concretos sobre a realidade da afasia em Portugal e contribuir para o desenvolvimento de melhores estratégias de acompanhamento e reabilitação", explica Paula Valente, Diretora Executiva da IPAFASIA. 

Até 40% dos sobreviventes de AVC desenvolvem afasia 

A afasia, uma perturbação da linguagem que afeta a capacidade de falar, compreender, ler e escrever, é uma consequência frequente do AVC, mas continua a ser subdiagnosticada e subvalorizada no sistema de saúde. Estima-se que até 40% dos sobreviventes de AVC desenvolvam algum grau de afasia, impactando diretamente a sua qualidade de vida, autonomia e inclusão social. 

Com esta investigação, a IPAFASIA pretende sensibilizar para a necessidade de um acompanhamento mais especializado e acessível, promovendo uma maior integração dos doentes e a melhoria das respostas clínicas disponíveis.  

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