iLoF recebe €1,5 milhões para investigar tratamento para Alzheimer
A plataforma Optomics®, desenvolvida pela iLoF, contém um processo não-invasivo de análise clínica, através de uma tecnologia que combina fotónica com a análise massiva de dados multimodais. A plataforma vai ser utilizada no Bio-Hermes-002, um estudo internacional que está a revolucionar a pesquisa e o tratamento da doença de Alzheimer, sendo a investigação mais ambiciosa sobre esta doença até à data. A iLoF foi selecionada para este estudo clínico através do programa “Contracts for Innovation” da Innovate UK, que apoia organizações do setor público na procura de resposta a desafios complexos, através do financiamento de novas soluções tecnológicas.
A investigação Bio-Hermes-002 é liderada pela Global Alzheimer’s Platform Foundation (GAP), uma organização norte-americana dedicada a acelerar a disponibilização de terapias inovadoras para perturbações neurológicas. Hoje, a investigação decorre em mais de 30 centros clínicos nos EUA, Canadá e Reino Unido. Neste estudo, com mais de mil participantes, procuram usar-se bio-marcadores digitais e sanguíneos para ajudar a ampliar o conhecimento científico sobre a doença de Alzheimer. Os dados extraídos vão ser processados pela plataforma Optomics® da iLoF, que consegue encurtar os períodos de análise e revolucionar a dimensão de informação fornecida, fornecendo uma triagem de pacientes mais rigorosa, humana personalizada.
A integração da Optomics® no Bio-Hermes-002 promete melhorar a estratificação dos pacientes, vindo potencialmente a reduzir os erros de triagem em ensaio clínico e a melhorar a eficiência da investigação da doença de Alzheimer. Ao operacionalizar e disponibilizar uma análise de biomarcadores mais rápida, mais precisa, e de menor custo, a tecnologia da iLoF converge com o objetivo do estudo: acelerar o desenvolvimento de um tratamento e diagnóstico avançado da doença de Alzheimer. Numa doença ainda sem cura disponível para a população geral, o diagnóstico precoce de Alzheimer revela-se crucial, ao permitir que os indivíduos afetados tomem medidas que mitiguem a sua progressão.
Os biomarcadores digitais e sanguíneos prevêem como a patologia cerebral está relacionada com as proteínas tau e a amiloide, atualmente medida por exames PET (tomografias por emissão de positrões). Estes rastreios e comparações poderão oferecer alternativas mais eficientes e menos invasivas para o diagnóstico da demência. Esta investigação pretende incluir um conjunto diversificado de indivíduos, desde um défice cognitivo ligeiro, a doença de Alzheimer moderada, até controlos cognitivamente normais.
Luís Valente, CEO & Co-Fundador da iLoF, considera o acesso a este conjunto de dados “uma oportunidade única, de importância vital para expandir a nossa crescente biblioteca de perfis biológicos, bem como para permitir explorar outras aplicações para a Optomics®. O objetivo é aumentar a sensibilidade da Optomics® a uma gama mais vasta de perfis biológicos, permitindo-lhe enfrentar desafios maiores e mais complexos, e aumentar o seu impacto na luta contra a doença de Alzheimer.”
Segundo Mehak Mumtaz, COO e co-fundadora da iLoF: “A nossa equipa de profissionais altamente talentosos trabalha diariamente para mitigar uma doença que está rapidamente a agravar-se em número de pessoas afetadas. Este reconhecimento fortalece a nossa confiança na missão e aprofunda o nosso compromisso em revolucionar o tratamento e diagnóstico da doença de Alzheimer”.
O Presidente do Global Alzheimer’s Platform, John Dwyer, afirma ainda ser “um avanço importante, neste domínio, o facto de esta colaboração transatlântica permitir à iLoF, uma das principais empresas de tecnologias emergentes no campo da doença de Alzheimer, participar no Bio-Hermes-002, o que contribuirá para melhorar a investigação para o diagnóstico e o tratamento desta doença grave. Concebemos o Bio-Hermes-002 para acelerar a investigação sobre biomarcadores altamente correlacionados com as patologias amiloide e tau que estão na base da doença de Alzheimer. Graças à nossa parceria com a Innovate UK, estamos confiantes de que o iLoF fará avançar a nossa capacidade colectiva de diagnosticar e tratar melhor a doença de Alzheimer para os doentes de todas as partes do mundo.”
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença de Alzheimer afeta mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo, com 10 milhões de novos diagnósticos a serem feitos a cada ano. É uma doença cognitiva degenerativa sem cura, identificada como a sétima causa de morte a nível mundial. Os custos da doença não são apenas humanos, perfazendo também um encargo expressivo nas economias dos países, somando 1,3 milhões de biliões de euros de despesa, ao nível global. O relatório, de 2023, da OCDE “Health at Glance”, indica que em 2021 existiam 15 pessoas por 1000 habitantes com diagnóstico de demência, sendo que numa série de países, Portugal incluído, o relatório estimava que - na ausência de maior prevenção e/ou avanços nos tratamentos - a prevalência aumentará para as 25 pessoas por 1000 habitantes, pelo menos. Na ausência de um tratamento acessível modificador da doença, o diagnóstico precoce é determinante para o bem-estar da população afetada, permitindo que os pacientes tomem rapidamente medidas que mitiguem o progresso da doença de Alzheimer.