Estudo

Identificados mais de 200 sintomas de Covid persistente

Um novo estudo publicado na revista The Lancet identificou, em 10 sistemas de órgãos, mais de 200 sintomas diferentes que permanecem após infeção pelo novo coronavírus.

"Embora tenha havido muito debate público sobre a Covid-19 persistente, há poucos estudos sobre o tema. Isto significa que se sabe relativamente pouco sobre a sua gama de sintomas e a sua progressão ao longo do tempo, a gravidade e o curso clínico esperado, o seu impacto no funcionamento diário e o regresso esperado à saúde de base. (...) Esta é a caracterização mais abrangente dos sintomas da Covid-19 persistente até agora", revelou Athena Akrami, neurocientista do Centro De Wellcome de Sainsbury da UCL, principal autora do estudo, citada pelo jornal El Mundo.

Entre os sintomas mais comumente identificados estre os doentes Covid com infeção persistente estão a fadiga, o desconforto pós-exercício e a disfunção cognitiva. Outros relatam sintomas como alucinações visuais, tremores, comichão na pele, disfunção sexual, perda de memória, visão turva, diarreia e acufenos (zumbidos).

Segundo os especialistas, dor de cabeça, vertigem, neuralgia, sensibilidade ao ruído e à luz, frequentemente relatados podem apontar para problemas neurológicos que afetam tanto os sistemas nervosos centrais como periféricos.

Em média, os participantes da investigação experimentaram 55,9 sintomas durante a doença, numa média de 9,1 sistemas de órgãos. Dos 3.762 inquiridos, 2.454 apresentaram sintomas durante pelo menos seis meses. 89,1% dos participantes sofreram recaídas, tendo com principais gatilhos a atividade física, a atividade mental ou o stress.

"As disfunções cognitivas e da memória, experimentadas por mais de 85% dos inquiridos, foram os sintomas neurológicos mais difundidos e persistentes, igualmente comuns em todas as idades, e com um impacto substancial no trabalho", apontou a autora do estudo.

Os três principais sintomas que permanecem são a fadiga em 98,3% dos inquiridos; desconforto pós-esforço (PEM), em 89%, confusão mental e disfunção cognitiva, em 85,1% dos pacientes no estudo.

"Juntamente com sintomas respiratórios e cardiovasculares bem documentados, há agora uma clara necessidade de expandir as diretrizes médicas para avaliar uma gama muito mais ampla de sintomas ao diagnosticar quadros de Covid-19 prolongados", disse adiantando que é provável que existam dezenas de milhares de doentes a sofrer em silencia com um quadro persistente, sem terem a certeza de que os seus sintomas estão relacionados com a Covid-19.

Fonte: 
El Mundo
Nota: 
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