Estudo do McKinsey Health Institute

Há cada vez mais pessoas a privilegiar uma abordagem holística da saúde

A noção de ser ou não saudável já não se restringe apenas à ausência ou presença de doença – de acordo com o mais recente estudo global levado a cabo pelo McKinsey Health Institute, “In sickness and in health: How health is perceived around the world”, os inquiridos olham para a saúde numa perspetiva holística, enquanto um estado de completo bem-estar em quatro dimensões: física, mental, social e espiritual.

O estudo analisou as respostas de 19 mil inquiridos de 19 países de todo o mundo, mostrando que, atualmente, a perceção da saúde é mais ampla: no momento de avaliar se são ou não saudáveis, os inquiridos mostram valorizar as quatro dimensões da saúde. No caso da saúde física e mental, 85% dos inquiridos classificam-nas como sendo muito ou extremamente importantes. O mesmo sucede com a saúde social e a saúde espiritual, também classificadas como muito ou extremamente importantes, num total de 70% e 62%, respetivamente.

O estudo evidencia uma tendência para a desconstrução do conceito de saúde: 40% dos inquiridos que relatam sofrer de alguma doença continuam a classificar a sua saúde como sendo boa ou muito boa, justificando a ideia de que ser-se saudável não se restringe apenas à ausência ou presença de doença, mas a um conjunto de diferentes fatores que contribuem para que se sintam efetivamente saudáveis. Por outro lado, mais de 20% dos indivíduos que não identificam qualquer doença, consideram estar bem, mal ou muito mal de saúde.

Estes dados permitem retirar duas conclusões: por um lado, as pessoas nem sempre se definem ou se sentem limitadas pelas suas condições físicas e psicológicas. Por outro, poderão estar mais direcionadas a viver as suas vidas de acordo com os seus interesses (por exemplo, desempenhar tarefas que considerem significativas), do que focadas na presença ou ausência de doença.

A pesquisa conduzida pelo McKinsey Health Institute (MHI) revela, também, que a idade nem sempre está diretamente relacionada com os níveis e perceções de saúde. Dos inquiridos com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos, 70% declararam boa ou muito boa saúde no geral, e 60% das pessoas com idades compreendidas entre os 75 e os 84 anos atribuíram a mesma classificação. Por outro lado, em 15 dos 19 países analisados, os grupos etários mais velhos atribuíram pontuações mais elevadas do que os mais jovens em algumas dimensões da saúde, nomeadamente a saúde mental.

Globalmente, verificou-se um acréscimo de 10% dos inquiridos com mais de 65 anos que classificaram a sua saúde mental como boa ou muito boa, por comparação aos entrevistados entre os 18 e os 24 anos. O mesmo se verifica no caso da saúde social: um maior número de indivíduos com menos de 24 anos relatou ter saúde social regular ou fraca, por oposição aos inquiridos com mais de 65 anos.

O estudo revela ainda que os inquiridos que vivem em países com maior esperança de vida à nascença não se consideram necessariamente mais saudáveis. Entre os 19 países consultados nesta pesquisa, o Japão apresenta a maior esperança de vida, mas a classificação que estes entrevistados atribuem à sua saúde é mais baixa.

Por outro lado, concluiu-se que a perceção da saúde e o rendimento familiar estão positivamente ligados na maioria dos países – quanto mais as pessoas ganham, maior e melhor é a perceção do estado da sua saúde.

Quanto ao apoio, em todos os países contemplados, os indivíduos com doenças reportam um menor apoio à saúde do que aqueles que não têm doenças.

De forma geral, tanto as mulheres como os homens inquiridos relataram níveis semelhantes em termos do apoio à saúde, desde sistemas de saúde a família e amigos. Curiosamente, os homens de países com rendimentos médios mais elevados revelam obter um maior apoio à saúde por parte dos sistemas de saúde privados e públicos, por comparação àquele que é atribuído às mulheres.

Em suma, a pesquisa levada a cabo pelo McKinsey Health Institute conclui que a adoção de uma abordagem mais abrangente da saúde é fundamental para gerar mudanças duradouras, significativas e com impacto nas atitudes e ações da sociedade, permitindo alcançar, dessa forma, melhores níveis de saúde. Se indivíduos, empresas e países alargarem a sua compreensão da saúde, podem vir a colher benefícios em termos de esperança e qualidade de vida.

Fonte: 
Lift Consulting
Nota: 
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