GS1 Portugal juntou especialistas na área da saúde para promover um futuro sustentável
Após uma sessão de abertura com intervenções do Diretor-Executivo da GS1 Portugal, João de Castro Guimarães, e da Presidente da Comissão Executiva do Grupo Luz Saúde, Isabel Vaz, a primeira intervenção de enquadramento do Seminário foi dedicada à “Relevância dos Estudos Real World Evidence, em Portugal”.
Sobre este tema, Tânia Caseiro, Engagement Manager da IQVIA Portugal, afirma: “Cada vez mais, as entidades regulamentares tomam decisões baseadas em incertezas, pelo que existe uma necessidade urgente de complementar a informação dos estudos clínicos com a informação dos estudos Real World Evidence”. “É importante apostar na qualidade e na interoperalidade dos dados, bem como nos recursos humanos. É premente que exista uma legislação que contemple e regule a investigação, tornando o processo mais uniforme e ágil para todos os intervenientes”, conclui.
Inovação e Rastreabilidade Hospitalar
Seguiu-se o primeiro painel de debate, dedicado ao tema “Inovação e Rastreabilidade Hospitalar: da recepção do medicamento à dispensa ao doente”, que contou com a participação de Carlos Neves Martins, Board Chairman da Unidade Local de Saúde de Santa Maria; Patrícia Eirinha, Diretora de Qualidade e Segurança do Doente do Hospital dos Lusíadas; Dulce Cachata Gonçalves, Chief Innovation Officer do Hospital de Cascais; e Pedro Líbano Monteiro, Administrador do Hospital da Luz.
Nestas intervenções, moderadas por Raquel Abrantes, Diretora de Standards da GS1 Portugal, enfatizou-se a importância da interoperabilidade e da rastreabilidade para agregar estruturas, pessoas e processos, bem como a relevância da partilha e da envolvência de todas as equipas para a integração da tecnologia no setor da saúde e, consequentemente, para a inovação e a eficiência do mesmo.
Nesse contexto, Carlos Neves Martins, da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, destaca a importância da interoperabilidade e fiabilidade, referindo que “a tecnologia de informação e rastreabilidade são a nossa orientação desde o primeiro dia. (...) Nunca estamos verdadeiramente satisfeitos e procuramos inovar nas nossas ferramentas.” “As instituições têm de trabalhar sempre no limite da excelência, e não apenas fazer mais do mesmo.”, sublinha.
De acordo com Patrícia Eirinha, que apresenta a perspetiva do grupo privado, “a rastreabilidade permite aumentar a segurança de processos desde a aquisição até à administração do medicamento, através de um sistema que consegue pôr a tecnologia ao serviço da segurança do doente.”.
Por sua vez, Dulce Cachata Gonçalves reforçou as funções dos Standards GS1 no meio hospitalar, nomeadamente para a construção de pontes para a eficiência. Neste âmbito, explica que “a tecnologia está cá para nos ajudar, mas temos de a saber usar para sermos mais eficientes e, além disso, temos de envolver as nossas equipas para que isso aconteça”.
Pedro Líbano Monteiro sublinhou que o objetivo do Hospital da Luz é “ser um operador de referência, com elevada especialidade e complexidade” e, por isso, pretende “inovar bem, e não inovar apenas por inovar”.
Ainda no âmbito deste Painel Debate, Pedro Lima, CEO da GLSMED Trade SA, protagonizou uma intervenção sobre o poder da logística sustentável na eficiência dos cuidados de saúde, referindo que “a desglobalização é, atualmente, uma tendência” e reforçando “a importância da rastreabilidade do doente e dos processos para promover a eficiência e a sustentabilidade nos seus três pilares: ambiental, social e económico”.
Contributos para a melhoria da Informação nos Cuidados de Saúde
O último Painel de Debate deste Seminário contou com a moderação de Mário Macedo, Presidente da Comissão Setorial para a Saúde do Instituto Português da Qualidade, e com os contributos de António Vaz Carneiro, Presidente do Instituto de Saúde Baseada na Evidência; de Joana Pinto, Gestora da Área de Informação Técnico-Científica da Associação Nacional de Farmácias; de Carla Diogo, Técnica de Assuntos Profissionais da Ordem dos Farmacêuticos; e de Raquel Abrantes, Diretora de Standards da GS1 Portugal, para discutir os “Contributos para a melhoria da Informação nos Cuidados de Saúde”.
António Vaz Carneiro destacou que “as clinical pathways têm muitas vantagens, tais como: a translação do conhecimento e a uniformização da prática clínica suportada na evidência, contribuindo assim para uma melhoria dos cuidados de saúde e para a segurança do paciente.”.
Sobre o mesmo tema, Joana Pinto reforçou que é fundamental “suportar as decisões na literatura que vai sendo publicada e nas orientações práticas do que vai sendo público, de forma a ter a certeza de que estamos a trabalhar de uma forma sincronizada com os restantes profissionais.”.
Carla Diogo afirma que “é essencial que o profissional de saúde tenha toda a informação de que precisa quando está a tomar a decisão” e, nesse sentido, destaca as vantagens do GS1 DataMatrix, por permitir incluir informação adicional e associa-la às clinical pathways.
Raquel Abrantes complementou referindo que “as normas GS1 são Standards que permitem identificar de forma única, inequívoca e global todos os medicamentos sujeitos a receita médica e permitem aceder a informação adicional útil para os profissionais e para o utente, sem ter de criar novos suportes de informação”.
Por fim, Mário Macedo resumiu este Painel de Debate explicando que “os clinical pathways contribuem para a segurança do doente e permitem diminuir o burnout dos profissionais de saúde, melhorando a recolha dos dados.”. Por isso, reforçou a “vantagem de ter qualquer dispositivo que nos permita identificar de forma automática o medicamento e aceder a toda a informação sobre o mesmo, o que ajuda os profissionais a tomar melhores e mais rápidas decisões, baseadas nas boas práticas”.
O evento terminou com uma visita ao Centro de Simulação do Hospital da Luz.