Falta de rastreio a nível nacional e falha na realização de colonoscopia de seguimento preocupam a Europacolon Portugal
Muitas destas mortes poderiam ser evitadas através de práticas preventivas e de rastreio para diagnóstico precoce. É sabido que a deteção do cancro colorretal, em estadio I, está associada a 90% de sobrevida global em 5 anos.
Para a Europacolon continua a ser urgente implementar um Rastreio de Base Populacional: “o número de doentes continuar a aumentar e o apoio nos Hospitais é insuficiente. O prazo para fazer uma colonoscopia é de 6 a 12 meses em Portugal Continental. Desta forma, não conseguimos dar seguimento aos testes positivos, nem vamos a tempo de salvar vidas!”, alerta Vítor Neves, Presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo.
Infelizmente, existem disparidades gritantes em toda a Europa no rastreio do cancro colorretal.
Poucos países, como a Eslovénia e os Países Baixos, têm uma taxa de participação ativa de 65%. De forma alarmante, apenas 14% dos cidadãos europeus do grupo etário recomendado (50 - 74 anos) foram convidados para o rastreio de base populacional.
“A deteção precoce deve ser prioridade da Tutela, sob pena de aumentarmos os custos globais de saúde (diretos e indiretos) para os doentes, para as empresas que enfrentam o absentismo laboral, para os hospitais e centros de saúde, que vêm os seus pacientes aumentar, bem como o tempo de espera para a realização de exames complementares de diagnóstico e respetivos tratamentos.
As Escolas precisam ter uma política uniforme no que respeita a alimentação nos refeitórios e a promoção de hábitos alimentares salutares. E o apoio à criação de campanhas de sensibilização junto da população deveria ser uma realidade”, refere Vítor Neves.
A campanha de consciencialização nas Redes Sociais “Porque a Vida Importa” relembra que é preciso conseguir prevenir o cancro.
Por isso, todos temos de fazer a nossa parte através da alteração dos padrões alimentares, da redução do consumo de álcool, do aumento da atividade física e da manutenção de um peso corporal saudável.
É importante saber que:
- O risco da doença aumenta a partir dos 50 anos
- A obesidade, o consumo de álcool e tabaco são fatores de risco importantes
- É fundamental conhecer os antecedentes familiares
- Uma dieta rica em gordura, fritos, açúcar, carnes vermelhas e processadas aumenta a probabilidade de desenvolver cancro do intestino
Fique atento aos sintomas:
- Alteração persistente dos hábitos intestinais, como o aparecimento de prisão de ventre ou diarreia, sem razão aparente, e/ou fezes muito escuras
- Perda de sangue pelo reto/ânus ou sangue misturado nas fezes, sem irritação, dor ou prurido
- Dor forte ou desconforto abdominal
- Sensação de que o intestino não esvazia completamente
- Dor forte, desconforto abdominal e/ou cansaço sem explicação aparente
A nível internacional, a DiCE Digestive Cancers Europe lança uma aplicação móvel gratuita, a STEPAPP, que conta os passos (disponível na App Store e Google Play).
Os participantes podem trocar os seus passos por moedas, que podem ser doadas a instituições nacionais que trabalham na prevenção do cancro digestivo, em toda a Europa.
A STEPAPP espera sensibilizar o público em geral, incentivar um estilo de vida mais saudável e, em última análise, ajudar a aumentar as taxas de rastreio.