Exposição abre portas à realidade invisível da Esclerose Múltipla
Uma exposição itinerante que vai percorrer 12 distritos de Portugal, até maio de 2020. A exposição permitirá aos visitantes compreender melhor cada sintoma, conhecer testemunhos na primeira pessoa, e ainda experienciar o que sente um doente com Esclerose Múltipla. “Com esta exposição pretendemos dar voz a todos os que são afetados pela Esclerose Múltipla para que partilhem os seus sintomas invisíveis e expressem o que querem que os outros saibam e compreendam sobre a sua Esclerose Múltipla, de modo a consertar os preconceitos comuns e mobilizar a sociedade no apoio ao doente”, comenta Lurdes Silva, representante da ANEM.
O Presidente da TEM, Pedro da Costa Pinto, acredita que “vamos conseguir criar um movimento nacional de apoio para todos aqueles que, direta e indiretamente, são afetados pela Esclerose Múltipla e aumentar a conscientização existente sobre os sintomas da doença. Pretendemos por um lado ajudar as pessoas a detetarem antecipadamente os sintomas escondidos que atrasam o diagnóstico e por outro, numa fase posterior ao diagnóstico, mostrar a todos que hoje em dia é possível viver o mais próximo possível de uma vida sem EM sem manifestação de sintomas”.
Em Portugal, a EM afeta cerca de 8.000 pessoas, sendo duas vezes mais prevalente nas mulheres do que nos homens. Entre os sintomas mais comuns estão a fadiga, distúrbios de equilíbrio, dificuldades cognitivas e fraqueza muscular, sendo que 65% dos doentes refere algum nível de incapacitação.
Ver além da Esclerose Múltipla é esta a ideia que as associações de doentes da EM se propõem, neste próximo ano, dar corpo e conteúdo. De acordo com o Presidente da SPEM Alexandre Guedes Silva, “É importante sensibilizar as pessoas para os obstáculos que as pessoas com EM enfrentam diariamente, mas é essencial não esquecer que muitos dos portadores de EM conseguem levar uma vida quase normal”.
Inspirada no tema do Dia Mundial da Esclerose Múltipla de 2019 - #MyInvisibleMS – escolhido pela Federação Internacional da Esclerose Múltipla, a ideia de realizar uma exposição surge da vontade das associações parceiras em aproximar a sociedade do que sentem os doentes, através de “uma experiência sensorial”, levando os visitantes a interpretar a invisibilidade e a dificuldade de quem enfrenta os sintomas de uma doença degenerativa e por vezes incapacitante.
Este evento de apresentação formal da exposição, contribuirá para que, mais uma vez, a sociedade civil discuta a Esclerose Múltipla, os cuidados prestados aos doentes e o impacto social de uma doença tão marcante na vida de quem a enfrenta todos os dias.