Uso prolongado afeta qualidade de vida

Estudo nacional alerta par ao uso de corticoides na Doença Inflamatória do Intestino

As Doenças Inflamatórias do Intestino (DII) são um grupo de patologias inflamatórias crónicas do trato gastrointestinal que integram o grupo de doenças imunológicas. Em Portugal, foi estimado que existam aproximadamente 24 mil doentes com uma Doença Inflamatória Intestinal. São vários os estudos que apontam para os efeitos adversos da utilização de corticosteroides de forma excessiva, pelo seu uso prolongado. A Johnson & Johnson Innovative Medicine ouviu os portugueses e concluiu que cerca de um terço dos doentes com DII ainda utiliza corticoides para controlar a doença, afetando a sua qualidade de vida.

O estudo “Impacto do uso de corticosteroides na qualidade de vida dos doentes com DII”, desenvolvido pela consultora MOAI para a Johnson & Johnson Innovative Medicine, concluiu que 27% dos doentes  inquiridos reportaram um uso prolongado, recorrendo a uma utilização contínua com diferentes doses ao longo do tempo. Os doentes que indicaram utilizar corticosteroides por mais de 3 meses, pelo menos uma vez por ano, reportaram níveis superiores nas suas limitações (dimensões pessoal, social, profissional, parental e conjugal) do que aqueles que referiram utilizar corticosteroides até 3 meses (44% versus 32%).

19% dos doentes diz não ter conhecimento sobre os efeitos do uso de corticosteroides a longo prazo. Quase metade dos inquiridos (49%) referiu o impacto psicológico negativo decorrentes dos efeitos dos corticosteroides, de onde se destacam a ansiedade (63%), tristeza (54%), desconforto (47%), e isolamento social (38%). Este impacto psicológico é ainda mais acentuado naqueles que reportaram um uso prolongado (55% vs 44%), considerando-se uso prolongado a utilização por um período superior a 3 meses.

O impacto da utilização de corticoesteroides, reflete-se no estudo através do absentismo laboral e escolar. 42% dos doentes em utilização prolongada e 32% dos doentes com utilização de corticoesteroides inferior a 3 meses, reporta ter faltado ao local de trabalho ou à escola, traduzindo-se num impacto negativo para a sua produtividade.

Este estudo compreendeu a implementação de um questionário desenhado com base na literatura científica, previamente validado por um gastroenterologista português e duas Associações de Doentes e Cuidadores de Pessoas com DII: a ACCP – Associação Crohn-Colite Portugal e APDI – Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino, que divulgaram o estudo junto dos seus associados. De um total de 501 participantes, foram considerados 437 doentes com DII, que tomam ou tomaram corticosteroides para a DII ou outras complicações.

 
Fonte: 
Johnson & Johnson Innovative Medicine
Nota: 
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