Estudo da Universidade Johns Hopkins confirma que o remdesivir encurta a duração da doença por Covid-19
Reforçando os dados dos estudos mais recentes, os autores descrevem uma coorte multicêntrica, retrospetiva (de 4 de março a 29 de agosto de 2020) de doentes hospitalizados com COVID-19 elegíveis e tratados com remdesivir, com ou sem dexametasona.
Para tal a equipa analisou os registos de 2.483 doentes com Covid-19 tratados no sistema Johns Hopkins. Destes, 342 foram tratados com remdesivir e 184 foram tratados com remdesivir em associação com corticoterapia.
Esta avaliação permitiu concluir que o Remdesivir encurtou significativamente o tempo para a melhoria clínica, sobretudo nos doentes com manifestação moderada de doença. A redução no tempo para a melhoria clínica com remdesivir manteve-se após exclusão dos doentes tratados com remdesivir em associação com dexametasona da análise, sugerindo que este benefício se atribuirá essencialmente a remdesivir.
“A utilização de remdesivir foi associada a uma melhoria clínica mais rápida numa coorte de doentes predominantemente não causasianos", refere Brian Garibaldi da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins. Garibaldi fez parte da equipa de médicos que em 2020 tratou o Presidente Trump com COVID-19.
De acordo com o especialista, “o estudo incluiu uma percentagem muito mais elevada de doentes de grupos minoritários subrepresentados nos os ensaios clínicos anteriores de remdesivir. Aproximadamente 80% dos doentes da nossa coorte eram indivíduos não causasianos. Nos ensaios clínicos, este grupo de doentes corresponde a 30 a 47% da população recrutada”.
E acrescenta: “uma vez que os grupos representaram uma sobrecarga desproporcionada durante a pandemia da Covid-19, mas não estão amplamente representados em ensaios clínicos, os nossos resultados fornecem provas evidência importantes de que a utilização de remdesivir está associada a uma diminuição do tempo para a melhoria clínica nestas populações", conclui.
Aprovado em outubro, o remdesivir, foi o primeiro medicamento a obter a aprovação total da US Food and Drug Administration para uso no tratamento do Covid-19. O remdesivir foi o primeiro medicamento a obter a aprovação da FDA (US Food and Drug Administration) para o tratamento da COVID-19 em outubro de 2020.