Especialistas pedem medidas para reduzir tempo de espera para consultas e tratamentos de fertilidade
Segundo Pedro Xavier, presidente da SPMR, “o tempo médio de espera para um tratamento nos hospitais públicos é de um ano e meio: quatro a cinco meses para a primeira consulta e um ano para o tratamento. E estes números assustadores não ficam por aqui, se for necessário recorrer à doação de gâmetas (ovócitos e espermatozoides), chega a demorar três anos. Estes casos dizem respeito, por exemplo, a homens que produzam poucos ou nenhuns espermatozoides ou mulheres com má qualidade dos seus ovócitos ou mesmo em menopausa precoce.”
Em Portugal há cerca de 300 mil casais inférteis e este número tem vindo a aumentar devido a questões como o adiamento da maternidade, o sedentarismo, ou o consumo de tabaco e álcool. A tendência atual é para um atingimento em proporções semelhantes de mulheres e homens, ao contrário do que se observava há 10 ou 20 anos atrás, em que a maior parte dos casos, atingia as mulheres.
“Torna-se, desta forma, urgente apoiar os casais no seu acesso aos tratamentos de procriação medicamente assistida no setor público”, adianta o especialista.
Os tratamentos da fertilidade são processos complexos e muitas vezes influenciados por vários fatores. A duração da infertilidade, a idade do casal, sobretudo da mulher, e possíveis causas diagnosticadas são as considerações importantes na hora de decidir.
Para Pedro Xavier, também devemos chamar a atenção para a preservação do potencial reprodutivo através da congelação de ovócitos, como uma estratégia potencialmente benéfica para as mulheres que não podem, ou não querem engravidar no imediato. Os ovócitos são criopreservados e mantidos em equipamentos próprios, e quando a gravidez é desejada, são descongelados e usados em fertilização in vitro, sendo depois os embriões implantados no útero da mulher.