Especialistas debatem a influência da tecnologia na nossa longevidade
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Nas últimas décadas, o objetivo das Ciências Médicas foi o de aumentar a esperança média de vida das populações por todo o mundo. No entanto, a ambição hoje é ainda maior: não basta vivermos por mais anos, queremos viver muito sim, mas com saúde e qualidade de vida. É nesse sentido que estamos a adotar um novo paradigma social denominado de longevidade 3.0, no qual transitamos do conceito de esperança média populacional para a procura pela qualidade de vida por mais anos.
Este é mais um dos importantes temas abordados na “Innovation Code”, conversa realizada recentemente pelo ISEG Executive Education em três episódios distintos sobre liderança, inovação, tecnologia e outros assuntos. “O ser humano no seu estado natural vivia em média cerca de 30 anos. Mas, atualmente, vivemos 80 anos. Porquê? Por causa da tecnologia”, afirma o professor Arlindo Oliveira, uma das maioríssimas referências na área da tecnologia e inteligência artificial.
O debate sobre a influência da tecnologia na longevidade, disponível tanto nos formatos de vídeo quanto podcast, teve o contributo de outras referências da área além de Arlindo Freitas, como Paulo Soeiro de Carvalho, coordenador do programa executivo Futures, Strategic Design & Innovation; e diretor executivo do ISEG MBA, e Ana Teresa Freitas, especialistas nos temas de tecnologia e bioengenharia.
Na conversa, os professores tornaram evidente que toda a capacidade de manipulação e volume de dados, a computação avançada e um conjunto de outros desenvolvimentos tecnológicos conquistados no último século foi o que permitiu que começássemos a pensar a saúde, o envelhecimento e os serviços de saúde diferentemente. “A saúde foi democratizada, graças à descoberta e o desenvolvimento de vacinas e antibióticos, terapêuticas muito focadas na doença. Mas, para ser possível viver mais tempo e de uma forma mais saudável, é necessário alterar o paradigma. Ao invés de procurar a solução para a doença, precisamos procurar a prevenção, para que as pessoas não adoeçam”, afirma Ana Teresa Freitas.
O conceito da Medicina 4P (Personalizada, Preventiva, Precisa e Participativa) também foi abordado no debate entre os especialistas do ISEG Executive Education. E, embora o tema não seja novo, o argumento deles é que nunca estivemos tão preparados para implementá-lo como hoje, principalmente em relação à participação dos pacientes. “Como é que se pode ajudar na capacitação dos pacientes? Criando dispositivos baseados em machine learning e inteligência artificial que vivem connosco, estão à nossa volta, conhecem-nos e podem ajudar na tomada de decisão a traçar um percurso de vida”, explica Ana Teresa Freitas, que reforça ainda que um dos grandes desafios, nesse sentido, ainda é a literacia da população, uma vez que, para serem participativas, as pessoas têm de ser capacitadas no tema da saúde.
Veja todos os episódios do Innovation Code, do ISEG Executive Education, aqui.